Já ninguém se lembra do primeiro volume deste maravilhoso post mas desde aí que tenho pensado a apontado mais expressões ridiculamente parvas. Muitas das que se seguem foram usadas por mim ontem, enquanto via o Festival da Canção.
Encher chouriços
Define-se como "aquilo que a RTP faz todos os anos entre o fim das músicas a concurso e o início da revelação das votações". No fundo são duas horas (ou mais) em que nada de relevante se passa. Mas agora façamos o exercício de pensar na primeira pessoa que usou esta expressão. Eu teria olhado de lado, mas a verdade é que a moda pegou.
Obra prima
É o verso "quem coala consente" da música "Austrália" que acabou com uns belos zero pontos ontem à noite. Sucede que isto se refere a um estatuto demasiado bom para que eu o possa associar a qualquer uma das minhas primas (e é possível que uma ou outra estejam a ler isto e tal não abone a meu favor). Da perspectiva delas acaba por fazer sentido.
Vira o disco e toca o mesmo
Disse a minha mãe antes de adormecer depois de ver metade das músicas. A questão é que os discos têm músicas diferentes. A menos que estejamos a falar do Tony Carreira que faz carreira há anos sempre a cantar a mesma música.
Abanar o capacete
Esta não me ocorreu durante o Festival da Canção porque era efectivamente impossível realizar tal acção durante o mesmo. Ainda assim, gostaria de ter visto alguém a abanar um capacete. Literalmente.
Lavar roupa suja
Há gente que faz mais disto no sentido figurado do que no sentido literal.
Fazer com uma perna às costas
"Os 100 metros em menos de 10 segundos? Faço com uma perna às costas!". Já ouvi uma pessoa a dizer isto e gostava de ter visto.
Fazer uma tempestade em copo de água
É difícil, a menos que sejamos formigas. Deixo aqui também uma menção honrosa para a referência a "copo de água" como uma parte de um casamento onde ninguém bebe sequer água.
Estar com a pulga atrás da orelha
Já estive curiosa e, curiosamente, nunca tive nenhuma pulga atrás de nenhuma das minhas orelhas.
Estou-me a passar
A ferro? É incrível a quantidade de vezes que me passo sem passar praticamente nada do que visto a ferro.
Tirar o cavalinho da chuva
Para quê dizer "esquece lá isso" quando podemos simplesmente pedir a alguém que vá tirar um cavalo inexistente da chuva num dia de sol? Deve ser maravilhoso para um estrangeiro a aprender português ouvir isto.