Blogal #24 - Música de natal

blogal dezembro 24, 2020

Isto não estava previsto. Na verdade isto foi tão imprevisto que tive de fazer tudo à pressa, não só pela falta de tempo, mas também porque o meu computador foi para arranjar. Desta forma, não me vou alongar neste texto.

Quero deixar um forte agradecimento ao Canva, pelas imagens, e ao After Effects e pessoas que fazem tutoriais do mesmo. Sem vocês, nada disto teria sido possível. Digo-vos também que a ideia original era pegar na música da Mariah Carey e fazer um "All I don't want for Christmas is covid", mas não queria rebentar os tímpanos dos meus vizinhos.

Assim sendo, peguei em "Winter Wonderland" e arranjei demasiadas rimas para covid (e sabem lá o difícil que isto é). Aproveitem e feliz natal!

 

Blogal #23 - Review do meu calendário do advento

blogal dezembro 23, 2020
Meus queridos, preparados para a melhor review que alguma vez viram na internet?

Este ano, como sou uma pessoa que gosta de mudanças e de arriscar, optei por um calendário do advento que é, veja-se bem, um calendário do advento.

Há quem opte por calendários do advento que não são calendários do advento. Aqueles onde as marcas enfiam os produtos que ninguém quer durante o resto do ano em versão miniatura e que copiam a ideia original destes. 

Eu não. Eu sou uma pessoa ligada às suas raízes e, por isso, comprei um calendário do advento de chocolates.


Comprei no Continente (que é a marca que eu mais gostava que me patrocinasse porque sou grande consumidora) em promoção. Havia vários designs, mas optei por este. Os designs são os mesmos todos os anos. Por acaso nunca tinha comprado este.

Ora, isto custou 1 euros e 49 cêntimos e, portanto, acho um pouco escusado falar da falta de qualidade do chocolate em si. Mas, se eu quiser chocolate de qualidade, deixo 10 euros por uma caixa com 2 Lindts. 

Assim sendo, tendo em conta a relação qualidade-preço, os calendários rasca do Continente são bonzinhos e têm os desenhos bem feitos no chocolate, ao contrário de muitos. Se quiserem comprar igual, tenho a certeza que conseguirão arranjar ainda mais barato nesta altura. De nada.

Blogal #22 - Os brinquedos que eu sempre quis e nunca recebi

blogal dezembro 22, 2020


Este é um texto para os meus pais, que nunca o irão ler. Há 3 brinquedos em particular que eu sempre quis e nunca me deram. Pedia-o ao Pai Natal todos os anos e recebia sempre outra coisa qualquer.

O Mauzão. Toda a gente quis o Mauzão, certo? Nunca o tive, nem tão pouco conheci alguém que o tivesse. Nunca joguei. Até hoje. É um trauma.

Uma banca de supermercado. Sabem, ainda hoje isto é assunto cá em casa ocasionalmente. A minha mãe sabe que me deve este presente. 

Uma boneca Sissi do vestido azul. Eu tive uma boneca desta gama. Pedi-a no natal. A minha mãe achou que a do vestido azul era feia, então decidiu comprar-me a do vestido verde. Está na caixa ainda hoje.

Blogal #21 - Os melhores anúncios de natal

blogal dezembro 21, 2020

Muitos têm tendência a afirmar que os anúncios da coca-cola são os melhores do natal. Não há nada mais errado. Os melhores anúncios de natal são os dos brinquedos dos anos 90/2000. Enquanto criança, a melhor parte do meu ano era ver anúncios na televisão na época do natal. Com isto fiquei também com muitos desgostos porque acaba a pedir brinquedos que nunca recebi.

Venham comigo nesta viagem, que infelizmente não está completa por haver muitos destes anúncios que não estão no youtube.

Mauzão


Caça à Toupeira


Teddy Babies


Carlota Cambalhota



Pirulipipi


Sabem o que é falta aqui? Muita coisa, é certo, mas, acima de tudo, aquele da quinta do Pinypon. "Águinha para as vacas, todos a beber. Na quinta do Pinypon, isto é que é bom".

Mãe, pai, obrigada por nunca me terem oferecido o Mauzão, sim?

Blogal #20 - Carta à minha tia

blogal dezembro 20, 2020

 


Tia,

Sei que não vais estar a ler isto porque só usas a internet para ir ao facebook partilhar receitas que nunca vais fazer ou orações. Ainda assim, escrevo-te para todo o mundo saber a falta que me vai fazer o teu pijama.

Fui procurar, no site dos recordes do Guiness, qual o recorde atual para "número de anos seguidos a oferecer pijamas no natal". Não há informação, o que me faz crer que o recorde ainda não foi estabelecido. Aconselho-te a formalizares o mesmo. Se quiseres, posso tratar disso.

Na verdade, esperava que este natal fosse o décimo em que olhava para o embrulho e sabia já previamente que era um pijama. Infelizmente, o covid tirou-nos esse momento maravilhoso. Esse momento que vivemos há já nove anos consecutivos e que teremos de interromper em 2020. 

Não te preocupes, não vou passar frio à noite por falta do pijama de 2020. Ainda tenho o de 2019 e 2018 arrumados e pronto a serem estreados. Não tenho a certeza se, à semelhança de tantos outros, são também eles o L ou XL, ou se foste moderada nesses dois anos e optaste pelo M, como tínhamos falado. De todas as formas, ainda bem que foste tratando deste stock.

Para o ano, se tudo isto acalmar, podes então oferecer-me o décimo pijama. Se desta vez puder ser um de meia estação, agradeço imenso, na medida em que, como já disse, tenho um stock de pijamas de inverno.

Sem outro assunto de momento, desejo-te um feliz natal,

A tua sobrinha Jessica.

Blogal #19 - Receita de chocolate quente

blogal dezembro 19, 2020

 


Tiveram oportunidade de ler a minha receita super festiva do dia de ontem? Sim? Hoje tinha pensado trazer-vos uma outra receita festiva, mas sabem o que é que eu percebi em testes para ela? Que todos os chocolates quentes são iguais. Que nenhum fica como no youtube. Que mais vale aquecer leite e espetar-lhe nesquik. 

Se tiverem alguma receita que fique verdadeiramente boa, avisem.

Blogal #18 - A minha melhor receita festiva

blogal dezembro 18, 2020

Achavam que eu ia passar esta época sem vos dar uma receita super festiva? Estão certos. Na verdade esta receita nada tem a ver com o natal. Isto acontece porque eu não gosto de doces de natal. Assim, todos os anos tenho por hábito fazer mousse de chocolate caseira.

É essa a receita que vos trago. Mais ou menos, porque a receita que eu uso está num livro da minha mãe a que não tenho acesso de momento e, portanto, vai de memória (que é fraca). 

Comecem por colocar num recipiente 50 gramas de manteiga e 5 colheres de açúcar (se acharem, no final, que é pouco, metam mais, que eu não tenho a certeza das quantidades). Misturem. Vai ser infernal misturar açúcar com manteiga? Vai. Na verdade não entendo como em que pelas internets fazem o processo parecer tão simples. Não o é. Longe disso até.

Depois disso, separem as gemas das claras (sim, eu sei, este passo faz-me desistir de muita coisa, mas aqui vale a pena) e coloquem as gemas na mistura e voltem a misturar. Reza a lenda que é suposto ficar um creme meio branco. Não é. Vão na fé se ficar amarelo.

Derretam uma tablete de chocolate (pantagruel, preferencialmente - ninguém me pagou, mas é efetivamente a que resulta melhor). Em todas as receitas vão ver a palavra "banho-maria". Muito trabalho. Derretam num tacho normal só. Eventualmente vão perceber que não conseguem derreter totalmente por não estar em banho maria. Fazem uma de duas coisas: juntam leite ou deixam assim. Eu opto por deixar assim porque depois vão aparecer pequenos pedaços de chocolate na mousse e esse é o segredo da minha receita. No fundo, ser preguiçosa melhorou a minha mousse.

Por fim, juntem o chocolate à mistura e as claras batidas em castelo e tchanan. Esta e outras receitas incrível no meu blogue culinário ainda inexistente.

Blogal #17 - As melhores músicas de natal

blogal dezembro 17, 2020

Tinha escrito somente uma frase para este dia, que era a seguinte:

"Todas as do Michael Bublé"

Ora, no passado dia 20 de novembro, o Jamie Cullum lançou um álbum de natal, portanto, permitam-me a correção:

"Todas as do Michael Bublé e do Jamie Cullum"

Blogal #16 - Letras com nota artística #12: Baby it's cold outside

blogal dezembro 16, 2020

 


Sabem o que é que é super popular neste blogue e eu não faço há muito tempo? Bem, talvez super popular seja um exagero, mas, em comparação, é efetivamente uma rubrica popular. Já é tradição eu vir cá esmiuçar músicas de natal. Já o fiz com "All i want for christmas", com "Santa Claus is coming to town" e com "Last Christmas". Este ano é a vez de "Baby, it's cold outside".

"I really can't stay (Baby, it's cold outside)
I've got to go way (Baby, it's cold outside)
The evening has been (I've been hopin' that you'd drop in)
So very nice (I'll hold your hand, they're just like ice)

My mother will start to worry (Hey beautiful, what's your hurry)
And father will be pacing the floor (Listen to that fireplace roar)
So really, I'd better scurry (Beautiful, please don't hurry)
Well, maybe just a half a drink more (Put some music on while I pour)

The neighbors might think (Baby, it's bad out there)
Say, what's in this drink (No cabs to be had out there)
I wish I knew how (Your eyes are like starlight now)
To break this spell (I'll take your hat, your hair looks swell)

I oughtta say no, no, no sir (You mind if I move in closer)
At least I'm gonna say that I tried (And what's the sense in hurting my pride)
I really cant stay (Oh baby, don't hold out)
Oh, but it's cold outside

I simply must go (It's cold outside)
The answer is no (Baby, it's cold outside)
The welcome has been (So lucky that you dropped in)
So nice and warm (Look out the window at that storm)

My sister will be suspicious (Your lips look delicious)
My brother will be there at the door (I ain't worried about you brother)
My maiden aunts mind is vicious (gosh your lips are delicious)
Well maybe just a cigarette more (never such a blizzard before)

I've got to get home (Baby, you'll freeze out there)
Say, lend me a coat (It's up to your knees out there)
You've really been grand (I thrill when you touch my hand)
Oh, but don't you see (How can you do this thing to me)

There's bound to be talk tomorrow (Well, think of my lifelong sorrow)
At least there will be plenty implied (If you caught pneumonia and died)
I really cant stay (Get over that hold out)
Oh, but baby its cold outside"

Sabem quantas versões existem disto? Muitas. Sabem quantas delas fizeram alterações na letra? Eu também não, porque tenho mais que fazer do que verificar factos inúteis. Todos nós percebemos o assédio sexual implícito nesta música, certo? Sim. Tanto que a mesma está farta de ser censurada. 

Mas a minha parte preferida de tudo isto nem é o facto de, olhando para ela décadas mais tarde, conseguirmos imaginar coisas que provavelmente ninguém imaginou quando a música foi lançada. O que eu gosto é da justificação. "Está frio lá fora". Eu imagino a minha cama a dizer-me isto às 7:50 da manhã, quando o despertador toca e eu tenho de ir trabalhar. O problema é que a cama não me droga para eu ficar com ela. E é uma pena, apesar de dar uma justificação muito má.

Gostava de ter uma sequela desta canção. O que é terá acontecido a seguir? Ele violou-a? Ela fez queixa? Sobreviveu sequer? Quanto tempo terão demorado a mãe e o irmão a dar pela falta dela? São perguntas para as quais, infelizmente, nunca teremos resposta.

Blogal #15 - Lista inútil de presentes

blogal dezembro 15, 2020

 


Ainda indecisos sobre o que comprar para aquela pessoa que não conhecem bem, mas a quem têm de dar presentes na mesma? Não se preocupem porque aqui vão encontrar todas as sugestões básicas que podem encontrar em todos os outros blogues, sites ou canais de youtube. Não precisam de agradecer.

1. Pijamas

Toda a gente precisa, não é verdade? Vão às 5 da manhã para a porta do Colombo para conseguirem entrar na Primark antes das 3 da tarde e procurem o melhor pijama polar que se vai estragar um ano depois para poderem ter prenda já para o ano seguinte.

2. Velas

É para uma mulher? Não se preocupem, uma vela resolve sempre o problema. A menos que ela seja como eu e não use velas para absolutamente nada.

3. Cachecol

Sabem quantos cachecóis eu tenho que me ofereceram? Demasiados. Sabem quantos desses oferecidos eu uso? Um. Porquê? Porque os outros são todos medonhos. 

4. Canecas

Sabem quantas canecas comprei na vida? Nenhuma. Pudessem todas as pessoas ser como eu e o mundo era melhor. Ajudem a contribuir para um mundo melhor.

5. Chocolates

Ferrero são a ÚNICA escolha totalmente segura nesta altura do ano. Não inventem. Não se ponham a comprar Raffaelos (nojento), After Eight (nojento) ou Lindt (maravilhoso, mas há quem diga, estupidamente, que são "muito doces"). Mantenham-se no que funciona.

6. Acessórios

Brincos ou colares funcionam bem. Sabem qual é o problema? É a pessoa nem sequer usar brincos ou colares. Ou os brincos ou colares serem da Primark e ficarem verdes depois da primeira utilização.

7. Produtos de banho

De todos, este é o meu preferido. Ainda tenho um creme de mãos do ano passado e andei a usar gel de banho do natal até junho. 

8. Mantas

Sabem, as mantas são caras. Pelo menos aquelas que medem mais que um metro. Não ofereçam mantas mais pequenas que as pessoas.

9. Meias/pantufas

Ver ponto 1.

10. Perfume

A menos que saibam exatamente qual o perfume que a pessoa usa (e isso implica um nível de conhecimento grande), não se metam nisso. A probabilidade de a pessoa odiar o cheiro é mais alta que a probabilidade de a defesa do Benfica sofrer 2 ou mais golos num jogo.

Blogal #14 - As piores ideias da internet para blogmas

blogal dezembro 14, 2020

Entrar nesta aventura de fazer 24 posts em dezembro relacionados com o natal não foi uma decisão fácil. Ou melhor, até foi, porque eu desisto quando quiser. Na verdade posso desistir já amanhã porque, olhando para o planeamento que fiz ainda em dezembro, há muitas ideias que não consigo desenvolver.

Dito isto, a minha pesquisa foi extensa. Vi vários outros blogues que fazem e dão ideias para o chamado blogmas. Sucede que as ideias que tirei dos mesmos são exatamente nenhumas porque, além de darem todos as mesmas ideias, são ideias péssimas. Fiz questão de anotar algumas para as esmiuçar de seguida.

1. Unhas de natal

Vamos pensar sobre isto. Quantas raparigas conhecem vocês que façam unhas relacionadas com o natal? Porque eu não conheço nenhuma e, se por acaso tivesse o azar de conhecer, faria questão de não lhe falar.

2. Receitas de natal saudáveis

Tudo errado. O natal é precisamente a única época do ano em que ninguém deve comer ou preocupar-se em comer de maneira saudável. Imaginem só arruinar o natal com um abacate na salada a acompanhar um bocado de bacalhau cozido.

3. Guia de presentes para pais

É impossível. E por ser impossível, toda a gente faz exatamente a mesma lista. Eu sei porque já procurei várias no google e a utilidade delas foi a mesmas dos blogmas.

4. Como embrulhar presentes

É tudo para rasgar. 

5. O que fazer com os restos do jantar de natal

Estupidez. A resposta é simples: andar a comê-los até janeiro. Deviam era dar dicas para não deixar restos, isso sim era um blogmas útil e que eu mesma faria se soubesse como.

Blogal #13 - Tag de natal

blogal dezembro 13, 2020


Sabem, na verdade a minha primeira ideia era fazer uma auto-entrevista natalícia, mas achei que estava a exagerar depois da original e da versão covid (que, modéstia à parte, são das melhores entrevistas que já li na internet). Assim sendo, fui ao google e escrevi "christmas tag blog". Abri o primeiro site, copiei, colei, traduzi e respondi. É mais desinteressante que as auto-entrevistas na medida em que não fui eu que fiz as entrevistas, mas cá vai.

Qual o teu filme de natal preferido?

Pergunta interessante tendo em conta os textos que escrevi anteriormente. Sinto-me bastante conhecedora do tema e, por isso, habilitada para falar no mesmo. Curiosamente, não é nenhum dos que vi este ano. O meu preferido - e o único aceitável como resposta a esta questão - é o Love Actually.

Já tiveste um natal com neve?

Não, porque ao contrário do que acontece sempre nos filmes de natal, eu não tenho a sorte de viver num sítio totalmente inventado onde neva no inverno.

Onde costumas passar esta época?

Vou a casa. Se puder ter férias, faço questão. 

Qual a tua música de natal preferida?

Qualquer uma que eu oiça por iniciativa própria e não porque entrei num centro comercial e fui obrigada porque a noção de decibéis aceitáveis para o tímpano humano é diferente nestes locais.

Abres os presentes na noite de natal?

Abro os presentes quando mos dão porque sou uma criança que não consegue esperar para ver a cor do pijama.

Consegues nomear todas as renas do pai natal?

Eu já nem consigo nomear todos os jogadores do Benfica que envergaram a braçadeira esta época, como querem que saiba o nome das renas do pai natal?

Quais as tradições natalícias para as quais estás ansiosa este ano? 

Aquela muito gira de não passar o natal em família e de ir distribuir presentes de máscara. Mal posso esperar.

A tua árvore de natal é falsa ou verdadeira? 

Que perguntas interessantes propiciadoras de respostas igualmente interessantes. Falsa.


Qual a tua comida/doce de natal preferido? 

Nenhuma? Eu faço questão de fazer mousse para a noite de natal. Conta?

Sê honesta: preferes dar ou receber presentes?

Depende. Prefiro dar a uma pessoa que conheço bem a receber de uma pessoa que não me conhece bem e vice-versa. 

Qual o melhor presente de natal que recebeste? 

Não vos sei dizer, mas sei qual o melhor que nunca recebi: a mercearia que pedia aos meus pais TODOS OS ANOS. Não sei se as maiúsculas refletem bem todo o meu desagrado para com esta situação. Perdoem-me, desagrado não é a palavra correta, mas podem imaginar qual é.

Qual seria o teu local de sonho para visitar nesta época do ano?

Uma das cidades inventadas nos filmes de natal que vi.

És pró a embrulhar presentes ou não? 

Perdoem-me, não sabia que estas questões iam ser tão desinteressantes. 

Qual foi o momento mais memorável de um natal? 

Na primária. Fazia-se uma festarola que incluía todas as escolas primárias da freguesia em que o pai natal distribuía presentes por todos os alunos. As minhas colegas recebiam barbies (ou imitações, vá). Quando chegou a minha vez, desembrulhei um diário (ou um caderno, vá) e disse, alto para todos ouvirem: "para que é que eu quero esta merda?". Não me lembro, mas a minha mãe conta esta história muitas vezes tamanha foi a vergonha.

O que te fez perceber a verdade sobre o pai natal?

Não quero dizer que sempre soube, mas acho que sempre soube. 

O que torna esta época especial para ti? 

O subsídio de natal. 

Blogal #12 - Coisas que acontecem sempre nos filmes de natal

blogal dezembro 12, 2020

"Ah, mas ainda estás a falar de filmes de natal?", Sim, estou. Tentem lá arranjar conteúdo para 24 textos sobre o natal e depois falamos sobre isso.

Decorrente do grande êxito deste blogue, coisas que só acontecem nos filmes, trago-vos hoje coisas que acontecem sempre nos filmes de natal (porque eles são todos iguais). Se estão à procura de filmes para ver nesta época e perderam os últimos blogais, façam favor

1. Os opostos atraem-se mesmo

Conhecem alguma casal com pouco ou nada em comum? Não, pois não? Ter interesses em comum é, à partida, a parte mais importante para conseguirmos manter um relacionamento seja com quem for. Diz o ditado popular que os oposto se atraem, mas é mentira. A menos que vivamos num filme de natal onde os membros do casal têm zero em comum e, ainda assim, se apaixonam perdidamente.

2. Neva em todo o lado

E se não nevar, inventam uma cidade e país inexistentes só para poder nevar.

3. A neve é quente 

Eu não tenho muita experiência com neve porque, ao contrário das personagens destes filmes, eu sou de uma zona onde neva uma vez de 10 em 10 anos por engano. Dito isto, em nenhuma das vezes em que estive na presença de neve, estive com um vestido de alças. No entanto, é muito recorrente as personagens femininas fazerem-nos e não mostrarem quaisquer sinais de hipotermia. 

4. Problemas familiares

Sabem quantas vezes os dois protagonistas têm uma família perfeitamente normal? Nenhuma. Há sempre um deles que não fala com o pai, mãe ou irmãos. Ou então é órfão.

5. O otário que, de repente, é a melhor pessoa do mundo

Podem dizer-me que isto é recorrente em todos os filmes e séries, mas aqui é ainda mais óbvio. Há sempre a pessoa que odeia o natal e tudo o que isso implica até que aparece uma outra pessoa, apaixonadíssima pela época, que a faz olhar para as coisas de outra perspetiva.

6. O regresso a casa

Há sempre uma personagem que regressa a casa para passar o natal e é lá, ou no caminho para lá, que conhece a pessoa dos seus sonhos. Às vezes é uma pessoa da sua infância. Não sei quanto a vocês, mas eu prefiro desviar o olhar se vir pessoas com quem não falo há 20 anos e aproveito para agradecer a todos aqueles que me fazem o mesmo. Não vos desejo qualquer mal, mas limitemos o nosso contacto à amizade do facebook que já nem nos lembramos que temos.

7. Mal entendido

O casal, que ainda nem é casal, começa a discutir ainda antes de oficializar a coisa. E, curiosamente, nunca é por culpa deles. É sempre um mal entendido enormíssimo.

8. Todos se beijam no final

Uma hora e meia de filme e eles só se beijam no final. Sempre.

9. O azevinho

Decorrente do ponto anterior, há sempre a tentativa de que o beijo aconteça antes, debaixo do azevinho, mas todos sabemos que isso nunca seria possível porque há uma regra que dita que todos os filmes de natal têm de seguir o ponto número 8.

10. Inferioridade feminina

Reparem que nunca é o homem do povo a apaixonar-se pela princesa. Nunca é o empregado a apaixonar-se pela patroa. Nunca. É sempre a mulher, inferior como é a apaixonar-se por uma figura de homem lindíssimo (e este ponto é discutível em muitos dos filmes que vi), inteligentíssimo (ler parenteses anteriores) e superior na sociedade. Agora pensem (citando JJ).

Blogal #11 - Vi (quase) todos os filmes de natal da Netflix e avaliei

blogal dezembro 11, 2020

 


Este título pode levar ao engano na medida em que eu não vi quase todos os filmes de natal da Netflix (porque são demasiados e todos iguais) nem todos os filmes desta lista são da Netflix. Ainda assim, acompanhem-me neste top 10 (do menos mau para o pior) repleto de sugestões maravilhosas para animar o vosso dezembro. Importa referir que todos estes filmes são muito maus. 

10. One Royal Holiday

O clássico filme de natal em que o príncipe se apaixona por uma comum mortal. É repleto de clichés, altamente improvável e com um final impossível, mas deu uma boa versão de "Winter Wonderland" e, só por isso, merece ser considerado o menos mau. Review completa aqui.

9. Christmas Made To Order

A história de uma decoradora e de um arquiteto de sucesso que se apaixonam perdidamente durante o natal. Ele não gosta do natal e ela adora. Os opostos atraem-se, caguem lá nos interesses em comum. No final, ambos se despedem com zero perspetivas de futuro, mas o importante é serem felizes. Review completa aqui.

8. A Wish for Christmas

Trabalhadora e chefe apaixonam-se depois de ela ter pedido coragem ao pai natal e ter confrontado tudo e todos com o seu trabalho maravilhoso e ter salvado a empresa da falência. Review completa aqui.

7. A Princesa e a Plebeia

Uma pasteleira e uma princesa iguais que trocam de lugares durante dois dias. Parece-vos familiar? É porque, provavelmente, viram o Garfiel 2. Review completa aqui.

6. A Cinderella Story

É quase a Cinderela, mas esta canta e compõe músicas. Dizem as restantes personagens que ela compõe as melhores músicas que eles já ouviram e tem a voz mais bonita que eles já ouviram. Concluímos daqui que eles não ouviram muita coisa. Review completa aqui.

5. Christmas With A View

O melhor filme da lista se o que pretendem é adormecer rápido. Além de desinteressante, incluí uma personagem masculina incrivelmente burra. Ele é um cozinheiro de sucesso e ela trabalha no restaurante para onde ele vai trabalhar. E nem um bacalhau com natas nos ensinam a fazer. Review completa aqui.

4. Midnight at the Magnolia

Dois grandes amigos de infância descobrem, passados 30 anos, que afinal estão apaixonados. Sucede que ela está claramente mais apaixonada que ele, mas parece que só eu é que reparei nesse pormenor. Review completa aqui.

3. A Knight Before Christmas

Imagem que, de repente, num mercado de natal, aparece à vossa frente um gajo vestido com uma armadura de cavaleiro e dizer ser do século XIV. O que é que vocês fazem? Não lhe oferecem a vossa casa para ficar? Fiquem sabendo que podem estar a perder o amor das vossas vidas por causa do vosso egoísmo. Review completa aqui.

2. Operation Christmas Drop

Mais um muito bom para adormecer. Este passa-se numa ilha na Ásia para onde a personagem principal é mandada, poucos dias antes do natal, e onde só ela tem internet de qualidade, porque mais ninguém consegue comunicar com a família. Filmaço. Review completa aqui.

1. Christmas Wedding Planner

Possivelmente o pior filme que alguma vez vi. Inclui uma personagem feminina incrivelmente burra, um ex-namorado de uma noiva que é detetive privado e que está a investigar o atual noivo, um casamento desfeito e outro casamento logo de seguida, porque isto está mau e não podemos desperdiçar assim dinheiro. Review completa aqui.

Blogal #10 - Christmas Wedding Planner

blogal dezembro 10, 2020

 

Esqueçam todas as vezes que eu já disse, no decorrer deste Blogal, que determinado filme era o pior de todos. Esqueçam isso porque eu deixei o pior para o final. Ou o melhor, depende da perspetiva. Christmas Wedding Planner é, não só o pior filme de natal que já vi, mas também, muito provavelmente, o pior filme que já vi.

A premissa é simples e, por si só, estúpida. A nossa personagem principal é organizadora de casamentos (notem que esta profissão não existe, uma vez que a mesma se designa pelo nome em estrangeiro), mas nunca organizou um casamento. O primeiro que vai organizar é o da prima que se vai casar na noite de natal. Percebem a estupidez? Uma coisa é um príncipe apaixonar-se por uma rapariga aleatória que conhece da forma mais irreal possível, outra é um casamento na noite de natal. A partir daqui, é sempre a descambar. 

Primeira cena: ela entra no café e bate numa desconhecida e faz-lhe deixar cair o café no chão. Podia ser apenas distraída, mas, pouco depois, começamos a perceber que a nossa personagem principal é tudo o que de mau há: distraída, chata, irritante, burra e não vou continuar porque o meu vocabulário não é assim tão extenso e não quero que se apercebam disso.

Ela foi ao café buscar um bolo de que a tia gosta imenso, mas, obviamente, o homem à frente dela acaba por levar o último. Já sabem como vai acabar a história? Não sabem, acreditem. É que vocês pensam, mas melhor. Logo de seguida, ela vai à festa de noivado que organizou e sabem quem é que está lá? Aposto que não sabem porque é quase inacreditável, mas sim, era o homem do café que comprou o último bolo que também ia dar à tia da personagem principal (isto sem nomes torna-se muito complicado).

Rapidamente ela o vê na festa e decide ir ter com ele toda irritada, com um ar superior, a perguntar se o bolo estava bom. História engraçada: ele é o ex-namorado da prima e está no casamento porque se reencontraram há pouco tempo e ela decidiu convidá-lo. A tia disse à personagem principal para ter cuidado com ele e ela vai, novamente, direta a ele com ar irritado. Juro, esta personagem irradia burrice.

Na verdade, o ex-namorado da prima é detetive privado e está lá para investigar o atual noivo. Mindblowing, não é? Não sei quem é que pensou nisto, mas não quero conhecer esta pessoa. Acabam por se juntar nesta investigação, com a mulher sempre a achar que o noivo não fez nada de errado. Começam a encontrar-se num restaurante que, mais tarde, descobrimos que é do detetive.

A investigação não dá em nada e entretanto ela descobre que ele recebeu dinheiro do pai da noiva e acha que ele o chantageou e corta relações. Uma desgraça. O melhor de tudo é o final. A prima e o noivo estão prestes a casar quando o detetive entra na igreja com uma ex-empregada do noivo grávida dele. Acham que isto deu um escandalo? Estão errados. A noiva ficou triste por exatamente 2 minutos, sem uma única lágrima, e logo a seguir o detetive achou digno pedir a personagem principal em casamento. Uma pessoa que conhece há meia dúzia de dias. E ela aceita. Aceita casar com uma pessoa que conhece há meia dúzia de dias. Tudo isto com a prima a assistir vestida de noiva em plena neve. E, para não se estragar a comida e não se perder o dinheiro já investido, casam-se. E hão de ter vivido felizes até se conhecerem um ao outro e ele perceber o quão burra ela é.

Blogal #9 - Operation Christmas Drop

blogal dezembro 09, 2020

 


Há certas coisas na vida que eu não desejo a ninguém. Uma dessas coisas é ver este filme. Isto não parece mau porque o trailer foi mal conseguido. Isto parece mau porque é mau. Tenho poucos detalhes para vocês porque estava a fazer outras coisas ao mesmo tempo e, quando finalmente me dediquei apenas ao filme, adormeci.

Portanto, ela trabalha no governo (ou em algo relacionado com política) e a chefe dela pede-lhe que vá, a poucos dias do natal, para um ilha perdida num oceano qualquer (novamente, não estive atenta aos detalhes), monitorizar como andam os oficiais que lá estão a gastar o dinheiro.

Ela chega, com a sua melhor roupa de trabalho e começa a questionar toda a gente. Ela passa por má da fita (porque é, de facto, uma pessoa asquerosa) e ele, o bonzinho da história, acaba por lhe ir mostrando que, na verdade, não gastam dinheiro nenhum a distribuir ajuda por várias ilhas remotas porque tudo vem de donativos.

Adormeci na parte em que ela se tornou também boazinha, mas ainda fui a tempo de constatar coisas interessantíssimas (porque a história, como veem, não é, de todo, interessante) como o facto de a internet no quarto dele estar sempre péssima, mas ela conseguir aceder sem quaisquer problemas (e eles estão quase lado a lado). Lembram-se de eu dizer que ela vinha com a sua melhor roupa de trabalho? Foi assim que se manteve até, numa cena aleatória, aparecer vestida como os chamados pré-panos. Mas pré-panos que nem eu usava em casa.

No final do filme ela decide, como é óbvio, confrontar a sua chefe e dizer-lhe que estava errada. Sabem o que é que a chefe faz? Reconhece que estava errada. Ora, está para chegar o chefe que reconheça estar errado, mas vamos fingir que tal categoria existe.

Blogal #8 - Um beijo à meia-noite

blogal dezembro 08, 2020

 


Vamos começar pelo princípio (até porque o final já todos os sabemos depois de vermos a foto acima): a tradução do título para português tornou a pesquisa de imagens no google um problema. Aprendam a manter os títulos fidedignos.  

Este foi o filme mais desinteressante de todos e não é um filme de amor, pelo contrário. Não se por ser o último que vi, mas pareceu-me durar uma eternidade.

Mas passemos à história, que é para isso que cá estamos. Os nossos dois personagens principais são grandes amigos de infância e têm um programa de rádio juntos, numa rádio local. O programa é sobre coisas. Coisas no geral e coisas no particular. Na verdade, não percebo bem sobre o que é e percebo ainda menos como é que tem sucesso, mas tem.

Certo dia, são convidados para fazerem, à experiência, o seu programa numa rádio nacional e ficam felicíssimos. O programa é incrível, o pública adora e de repente são super estrelas da rádio. Ambos namoram com outras pessoas. Porque é que esta frase apareceu solta aqui no meio? Porque, apesar de ser uma informação relevante, é ao mesmo tempo totalmente irrelevante. 

Depois de tanto sucesso, o diretor da rádio nacional decide que eles devem continuar lá e até propõe que eles sejam as estrelas de um evento de final de ano (cujo cartaz é um modelo do Canva) em que vão apresentar os respetivos cônjuges às suas famílias. Sucede que, passados uns cinco minutos de eles dizerem que sim, ficam solteiros. Decidem então inventar que estão juntos e é essa a grande surpresa que vão fazer.

Escusado será dizer que é aí que se apercebem que, às tantas, estiveram 30 anos apaixonados um pelo outro, mas é preciso inventarem uma história para o descobrirem. Qual é o problema aqui? É que ele, ou é muito mau ator, ou está a fazer muito bem o papel de amigo que não está apaixonado. Ela apaixonadíssima e ele a dar para trás. Reparem que é assim o filme todo. Até no final quando ele lhe dedica uma música que compôs na escola. Nota-se a falsidade a milhas. A falsidade e a edição terrível na voz. Mas eles lá acabam juntos, apesar de ele mostrar zero amor por ela.

Agora a parte importante do filme, que certamente passará ao lado de muitos: há um momento, em que eles estão a falar, na sala de refeições do trabalho, e ele diz que não trouxe comida. Ela, um amor de pessoa, diz que trouxe sobras do jantar do dia anterior e ele podia comer. Ora, ele tira o tupperware do frigorífico e come aquilo. Assim. Nada de aquecer. Até se percebia, se fosse uma salada, mas era inverno e ninguém come saladas no inverno. Lá dentro dá para distinguir algo que parece arroz e alface. Ninguém mistura salada com alimentos que precisam de ser aquecidos, mas tudo bem. Ele come duas garfadas (adoro esta palavra) e volta a meter aquilo no frigorífico. Quando vi aquilo, a primeira pergunta que fiz mentalmente a mim mesma foi "onde é que ele meteu o garfo?". Voltei atrás. Meteu o garfo dentro do tupperware com a tampa mal fechada. Génio.

Blogal #7 - A Cinderella Story

blogal dezembro 07, 2020

 


A Cinderella Story é um título enganador na medida em que a história da Cinderela é bem mais interessante que esta (e a história da Cinderela tem muito pouco de interessante por isso imaginem esta).

O filme conta a história de uma suposta adolescente, que eu pensei ser da minha idade até alguém mencionar os seus 17 anos, que vive com a madrasta e as filhas da mesma depois de o pai ter morrido. Relevante salientar que em nenhuma parte do filme são mencionados os estudos portanto suponho que isso não faça parte da vida dela. Não estuda, mas trabalha numa aldeia de natal qualquer. E trabalha a fazer o quê, perguntam vocês? É um dos elfos do pai natal e estes elfos cantam e dançam coisas compostas por ela. 

É preciso salientar que, das duas uma:

- Ou passam o filme inteiro a enganá-la com frases como "tens a melhor voz que já ouvi" e "as tuas músicas são incríveis";

- Ou nunca ouviram ninguém com melhor voz (o que é preocupante porque eu consigo dar-vos vários exemplos), nem músicas melhores (o que é ainda mais preocupante).

Portanto, a rapariga com este talento incrível é inicialmente humilhada pelas irmãs e é aí que ela conhece o rapaz lindo e rico. Mais tarde conhece o novo pai natal no trabalho, mas ele está com um disfarce ao nível daqueles usados pelas navegantes da lua e, portanto, é obviamente impossível reconhecerem-se um ao outro. Claro que, surpresa, se apaixonam e ficam fascinados quando descobrem as verdadeiras identidades um do outro.

Certo dia a madrasta e as filhas são "convidadas" para uma festa (de beneficência para com animais e música, dois temas com muito em comum), mas a Kat (acho que é Kat) não é. Só que o amigo pai natal (cuja identidade ela ainda não conhece) dá-lhe um convite porque ele é filho do bilionário que está a organizar a festa. É escusado falar no final, não é? Deixo-vos com o trailer incrível.

Blogal #6 - A Princesa e a Plebeia

blogal dezembro 06, 2020

 


Estão familiarizados com o filme do Garfield (penso que é o dois) em que ele troca de lugar com um gato igual a ele, mas que é da realeza? Se estão, este filme é igual. Se não estão, está tudo dito.

Ela é uma pasteleira de Chicago que vai, não sei para onde, competir num concurso de melhores pasteleiros do planeta juntamente com o seu melhor amigo e sócio e a filha do mesmo. Na preparação para a competição cruza-se com a futura princesa lá do sítio que lhe diz que adorava ter um vida normal nos dois dias que antecedem o seu casamento arranjado. O que é que elas fazem? Algo perfeitamente normal: trocar de lugares.

O filme é tão desinteressante e tão básico que vos vou poupar o tempo de lerem os detalhes, porque é fácil imaginá-los. No final do filme, depois da plebeia se apaixonar pelo príncipe e ele por ela, e da princesa se apaixonar pelo amigo da plebeia e ele por ela, voltam a trocar de lugar.

A plebeia vence o primeiro lugar do concurso mesmo tendo derretido as amoras à mão para o recheio e aquilo tendo ficado tudo menos cremoso (a fasquia não estava muito elevada) e a princesa aparece com o príncipe para entregar o prémio. É aí que revelam ao mundo que são duas e ninguém questiona absolutamente nada.

A plebeia acaba a casar com o príncipe e a princesa fica com o melhor amigo da outra, como é óbvio. Isto porque qualquer família real aceitaria uma pasteleira ou qualquer outro tipo de pessoa normal na sua família. 

Se estiverem a sentir-se particularmente com vontade de fazerem mal a vós mesmos, aconselho o filme número 2. Só vi o trailer, mas parece ser absolutamente incrível.

Blogal #5 - Christmas With a View

blogal dezembro 05, 2020

 


Se acham que os filmes de que vos tenho falado até agora são desinteressantes, esperem até ver este (não que eu recomende que vejam). O nome é estúpido. Não por ser mais ridículo que outros de que já aqui falei, mas porque pouco ou nada nos remete para a história terrivelmente má do filme.

Tudo começa num restaurante numa montanha qualquer (acho que é uma montanha, mas posso ter adormecido nessa parte) onde todos estão a ver a grande final de uma espécie de Masterchef. Este Masterchef é fenomenalmente bem produzido, na medida em que todo o cenário é falso, mas vê-se a milhas que é falso. Parecem as produções das novelas portuguesas quando tentar criar um fogo ou algo do género. Há um chef, por quem todas as mulheres babam, que acaba por ganhar o concurso deixando as empregadas do restaurante loucas. 

Dias depois, o chefe do restaurante anuncia que foi contratado, durante uns meses, um novo chef, para ajudar na época festival (que, a julgar pelo tempo do contrato, dura meio ano lá nas montanhas). O novo chef chega e - surpresa - é o tal que ganhou o concurso. As empregadas ficam loucas e a empregada-chefe (desculpem, falta-me o termo correto e tenho preguiça de o ir procurar) ignora essa loucura porque diz que só importa se ele é ou não bom no que faz. 

Conseguem adivinhar o que acontece a seguir? Tenho a certeza que sim, mas eu conto-vos na mesma. Ora, é óbvio que a primeira pessoa com quem o chef fala é com a empregada-chefe e - mais uma surpresa - apaixonam-se no imediato. Depois disso é tudo tão desinteressante que deixo ao vosso critério se pretendem ou não saber mais sobre a história (isso e eu adormeci algures a meio portanto não há muito que vos possa contar).

Mas atenção, não quero ser injusta com este filme. Na verdade, ao contrário da maioria dos filmes de natal, há efetivamente um fator surpreendente. Como já se devem ter apercebido, a história é sempre igual: uma mulher que se apaixona por um príncipe ou alguém hierarquicamente superior a ela no trabalho. É sempre isto. Ora, eu percebo a paixão por um príncipe ou afins. Também percebo a paixão por um chef, até porque eu não gosto particularmente de cozinhar. A diferença entre esta personagem e as restantes não é a profissão, é a burrice. Ele abre a boca e só sai merda. Sim, neste blogue escrevem-se as palavras sem asteriscos. Como é que alguém conseguiu criar uma personagem tão burra por quem a empregada-chefe (certamente com o QI bastante superior) nunca se iria apaixonar na vida real? Fica a questão.


Blogal #4 - A Wish for Christmas

blogal dezembro 04, 2020

 


Sinto que as vossas expectativas podem estar muito altas devido à maravilhosa história que vos trouxe ontem. Assim, quero desde já baixá-las dizendo-vos que o filme do qual vos falo hoje é, dentro da anormalidade dos filmes de natal, bastante normal.

Falamos de "A Wish for Christmas" ("Um desejo de Natal", suponho eu), a história de uma trabalhadora do departamento de marketing de uma empresa não sei do quê (é possível que eles digam, mas eu ignorei os detalhes depois do segundo filme) com ideias geniais. Um belo dia, o seu superior decide levar até ao chefe uma campanha incrível e fica com os créditos da mesma, tendo esta sido ideia da nossa personagem principal, igual a todas as outras.

Ela, que não queria enfrentar o big boss, decidiu engolir o acontecimento. Na festa de natal da empresa (já temos saudades, não temos?) ela cruza-se com o pai natal. Sucede que não havia nenhum pai natal na festa. Este é o pai natal real que lhe concede um desejo durante 48 horas. Ela pede para ser mais corajosa.

O pai natal faz a sua magia e eis que ela, à frente de todos, arma uma escandaleira e acusa o seu superior de ter mentido e de se ter apoderado da sua ideia. Julgava que ser corajosa não era o mesmo que ser peixeira. Foi uma pena no final do filme ela não ter lançado um livro chamado "More than a whore".

De imediato, o chefe despede o diretor de marketing e convida-a para ir com ele não sei onde reunir com um investidor importantíssimo. Se esse tal investidor não apostar naquela ideia, a empresa vai à falência. Felizmente, houve dinheiro para a festa de natal.

Chegados a essa reunião, o tal investidor manda uma assistente dizer que não os vai receber e que já escolheu avançar com outra empresa. O que faz a nossa personagem principal munida de coragem? Isso mesmo: uma escandaleira. Ele lá aceita vê-los no dia seguinte. 

Ao longo do dia, claro que eles já estão apaixonadíssimos e ele acaba por se encontrar com uma tia. Surpresa, estão na sua cidade natal. Claro que isto não era filme de natal sem um desentendimento familiar qualquer e eis que descobrimos que ele e o pai não se falam. O casalinho acaba por ir a casa dele e ela, do nada, decide meter-se no que não lhe diz respeito e ir falar com o pai do chefe.

Conseguem adivinhar o final? Aposto que não. A proposta não é aceite e, portanto, com a empresa prestes a ir à falência, o chefe decide dar a todos um presente e ainda diz que podem não ir trabalhar no dia de natal (ou em qualquer outro, tendo em conta o dinheiro gasto nestas brincadeiras todas). Nisto, a nossa heroína chega e diz que foi falar com o tal investidor e conseguiu fechar o negócio (porque ela, com zero experiência no assunto, é que sabe como tratar destas coisas). Escusado será dizer que também pai e filho se reconciliaram.


Blogal #3 - The Knight Before Christmas

blogal dezembro 03, 2020

 

Comecemos pelo título deste filme (que em português fica muito aquém): A Knight Before Christmas. Foi um bêbado que pensou neste título genial, não foi? Curiosamente, foi esse mesmo bêbado que se lembrou deste enredo, certo?

A Knight Before Christmas, como o nome indica, foca-se na história de um cavaleiro do século XIV que, num belo passeio pela floresta se cruza com uma bruxa que o envia para o século XXI para ele procurar a sua grande missão de vida. Até aqui, tudo normal, certo? 

Ele aparece, do nada, com a sua armadura, numa feira de natal onde estava a personagem principal feminina que, coitada, estava à espera do seu príncipe encantado. Quando vê este homem, que pretende ser chamado de Sir Cole, fica com muita pena porque ele não tem onde ficar e, claro, oferece-lhe um anexo que tem na sua casa. 

Pensemos nisto por um momento. Imaginem-se no mercado de natal da vossa cidade com a vossa irmã. Um homem com uma armadura aparece e diz ter viajado no tempo, desde o século XIV. Iriam dar-lhe abrigo, certo? Porque eu ia, sem dúvida.

O tempo passa-se e Sir Cole adapta-se facilmente ao século XXI porque, afinal, não é assim tão diferente. Inclusive aprende a conduzir mais depressa do que eu aprendi e, certamente, saberá estacionar em paralelo melhor que eu, que tenho a carta há quase 10 anos. 

Passam-se umas quantas coisas desinteressantes - que se passam em todos os filmes do género - até que ele consegue voltar ao século XIV, mas depressa percebe que o seu grande amor ficou noutro século e procura a bruxa que o envia de novo para 2019. Ele e ela reúnem-se num namoro que se avizinha longo tendo em conta a quantidade de interesses em comum e acaba o filme.

Blogal #2 - Christmas Made To Order

blogal dezembro 02, 2020

 

Este é capaz de ser o filme menos interessante de todos os que vi. Isto porque tem uma história absurda, mas não ao nível dos restantes.

Ela (desculpem-me, não decorei quaisquer nomes) está numa empresa de arquitetos a decorar para o natal quando um desses arquitetos obviamente vai contra ela e ela despeja um monte de neve falsa em cima dele. Como seria de esperar, ele não é grande fã do natal e eles começam da maneira errada.

Pouco depois a irmã liga-lhe a dizer que ela, a família e os pais vão a casa dele passar o natal porque houve um problema na deles. Não perguntam, dizem só. Normal, ele tem uma casa que dá para albergar toda a minha freguesia, mas vive sozinho, portanto é bom que a use.

Ele começa a panicar porque não vai conseguir decorar a casa a tempo e lembra-se de chamar a tal decoradora. Ela aceita, claro, e decide decorar a casa como se fosse um centro comercial. Uma pena não terem mostrado a casa de banho porque com certeza tinha também enfeites.

Nisto, a família dele chega, mas ele tem mais que fazer que aturá-los e contrata-a para os levar a passear pela cidade. Ele tem prazos a cumprir no trabalho (sabe-se lá porquê, não podiam adiar o trabalho para ele estar com a família), mas ela acaba por lhe fazer sentir novamente um enorme espírito natalício que faz com ele deixe de lado o trabalho e opte por ir fazer mil atividades natalícias com a família (que ninguém no universo faz).

Ela entretanto recebe uma promoção no trabalho part-time que tem e que conjuga com a sua empresa de decoração em datas festivas. Queriam promovê-la para full time, mas ela recusou e decidiu dedicar-se totalmente à sua empresa. De decoração. Em datas festivas. Deve dar um dinheirão trabalhar meia dúzia de dias por ano a decorar casas e empresas. Inspirado por ela, ele despede-se também no final para se dedicar ao seu sonho de desenhar casas para famílias. Onde? Ele não sabe, mas o que importa é seguir os sonhos. Sou 100% a favor de seguirem os vossos sonhos, a menos que esses sonhos incluam um negócio de decoração em datas festivas. Aí não o sigam. Isso é estúpido.



Blogal #1 - One Royal Holiday

blogal dezembro 01, 2020

 


Preparados para uma análise detalhada de vários filmes de natal? Eu também não estou, mas acreditem que, entre ler estas análises, e ver os filmes, a primeira opção é a melhor.

Este é o filme que deu origem a esta brincadeira de ver demasiados filmes de natal para a minha sanidade mental. Não é da Netflix, mas é da Hallmark, que fez 40 filmes de natal este ano e, como podem imaginar, quantidade é normalmente sinónimo de pouca qualidade. Vi o filme porque gosto muito do ator principal e já perdi muitas horas de vida a ver filmes/séries péssimos que ele fez, portanto achei digno perder ainda mais.

A história é, surpreendam-se, igual a todas as outras destes filmes. Ela é enfermeira e vai passar o natal a casa com o pai. No caminho, pára num café e pede um bolo cujo nome não me recordo. Sorte a dela, havia uma promoção e deram-lhe dois bolos (certamente porque eram tão bons que ninguém os queria). Ela não queria dois e ofereceu ao homem atrás dela (coisas que eu faço muitas vezes) que, com o seu ar de arrogante e o seu sotaque britânico absolutamente nada falso, recusa.

A mulher desvia-se para comer na bancada ao lado e a mãe do homem juntamente com outro homem entram no café dizendo que havia uma tempestade horrível e que os voos tinham sido cancelados. O motorista deles entra de seguida e diz que não os vai levar a lado nenhum senão não consegue voltar a tempo de passar o natal com a família. A mulher, muito generosa, diz-lhes que o pai é dono de uma espécie de hotel e oferece-se para os levar com ela até lá. Coisas que eu também costumo fazer regularmente.

Chegados lá ela descobre que ele é príncipe sabe Deus de onde. História a partir daqui? Aquilo que estão a imaginar. Ele, coitado, não é arrogante, é só um coitadinho que nunca interagiu com o mundo real e quando a conhece melhor fica apaixonadíssimo. Ela, coitada, fica desolada porque uma relação com um príncipe nunca iria resultar. 

Claro que resulta. Porque um amor de 2 ou 3 dias vence todas as barreiras. Não importa se eles são de continentes diferentes e se ele não pode propriamente assinar uma carta de demissão. Eles fazem aquilo funcionar.

Mas não pensem que tudo foi mau neste filme. Pelo menos deu uma versão maravilhosa de "Winter Wonderland" gravada apenas porque sim, porque a relevância da mesma no filme é absolutamente nenhuma.