Falsas resoluções de ano novo

dezembro 31, 2016
Todos nós conhecemos pessoas que, chegadas ao final de um ano, têm uma vontade enorme de começar a fazer aquilo que já podiam ter começado há dois ou três meses atrás. Eu, se quiser realmente fazer uma coisa, começo no momento e não espero que o ano acabe, mas isso sou eu que não sou bem normal.

É um bocado como a história dos 12 desejos à meia noite. Houve uma altura em que eu ainda tentava pedir doze desejos, mas eu não tenho assim tanta coisa para pedir. Posso pedir a paz no mundo, mas sei que não vai acontecer. Posso pedir para ganhar o euromilhões mas eu nem sequer jogo. Assim sendo este ano vou reduzir os doze desejos a que tenho direito para apenas dois: quero um emprego e o Benfica campeão. Peço cada um destes seis vezes e pode ser que tenha sorte. Curiosamente eu não gosto de passas e talvez seja por isso que os meus pedidos nunca são atendidos. Bom 2017!

Eu não queria ser pai natal

natal dezembro 23, 2016

É comum ouvir as pessoas dizerem, na brincadeira, que gostavam de ter a profissão do pai natal para só trabalharem uma vez no ano. Eu não gostava. A fazer fé na mítica música “Santa Claus Is Coming To Town", é fácil perceber o porquê de eu não querer esta profissão.

Ser pai natal parece-me uma daquelas coisas que dão bem mais trabalho do que os outros imaginam. Senão vejamos: numa só noite (vá, com a ajuda do fuso horário que vai variando é mais do que uma noite) ele tem de dar a volta quase ao mundo inteiro (excluem-se os países onde o pai natal não faz parte da tradição e aqueles que recebem as prendas noutro dia). Portanto ele tem de fazer num só dia o que o Júlio Verne fez em 80. Como se isto não fosse suficientemente complicado, tem de parar em todas as casas, descer pela chaminé, procurar a árvore de natal e pôr as prendas lá em baixo.

Agora imaginem o que seria ter de separar cuidadosamente as prendas para não se enganarem em nenhuma (isto ignorando o facto de que é preciso um trenó bastante grande para todas as prendas). É preciso uma capacidade de organização bastante acima da de qualquer ser humano comum. A isto junta-se a solidão. Viver isolado do mundo, num lugar onde está sempre frio e neve não pode ser fácil. Para piorar, no único dia do ano em que pode sair de casa, não pode deixar que ninguém o veja.

Diz a letra da canção de que falei mais acima que ele faz uma lista e revê essa mesma lista duas vezes para ver quem se portou mal ou bem. Não pode haver aqui enganos, daí que seja benéfico revê-la mas tendo em conta a quantidade de crianças que lhe escrevem, já pararam para pensar na dimensão desta lista? Ouvimos mais um bocadinho da música e percebemos que o pai natal está sempre a vigiar-nos. Acham a casa dos segredos má? Imaginem-se rodeados de milhões de televisões a ver o que as crianças estão a fazer 24 horas por dia. Já consegui dissolver-vos dessa ideia de quererem ser o pai natal quando forem grandes? Óptimo. Estou cá mesmo para isso. Feliz Natal!

Letras com nota artística #8: "Santa Claus Is Coming To Town"

letras dezembro 12, 2016

A pedido de várias famílias (ok, não foram várias famílias, foram umas duas pessoas que me perguntaram porque é que eu deixei de fazer isto) estou de regresso com mais uma letra com nota artística. À semelhança do que fiz no ano passado, vou analisar uma música de natal já que a época assim o exige. “Santa Claus Is Coming To Town”, a música de natal mais assustadora de sempre!



“You'd better watch out, you'd better not cry
You'd better not pout, I'm telling you why
Santa Claus is coming to town
 
He's making a list, he's checking it twice
He's gonna find out who's naughty and nice
Santa Claus is coming to town
 
He sees you when you are sleeping
He knows when you're awake
He knows if you've been bad or good
So be good for goodness' sake”

Esta é uma das músicas mais ouvidas todos os natais e é das minhas preferidas mas há que reconhecer que a forma como o pai natal é descrito nesta letra é absolutamente assustadora. O primeiro verso da música avisa-nos logo para termos cuidado. Cuidado? Então mas não é suposto o pai natal ser extremamente simpático e amigo? Andaram a enganar-me uma vida toda. Logo a seguir dizem-nos que é melhor não chorarmos nem fazermos beicinho. Quer isto dizer que o pai natal não se comove com qualquer coisa. Tantos anos de trabalho devem tê-lo tornado insensível.
 
Quadra seguinte e vemos que o pai natal está a fazer uma lista que depois irá rever, não vá ele ter posto alguém que não merece receber presentes na lista. E para fazer esta lista vai descobrir quem se portou mal e bem. Sempre me disseram que quem se porta mal não recebe nada do pai natal mas a verdade é que toda a gente recebe alguma coisa, não é? (Eu cheguei a uma idade em que deixei de receber, mas vamos excluir o meu caso). Além disso medir o comportamento de uma pessoa ao longo de 365 é extremamente difícil para não falar na definição de bem e mal que não pode ser feita por um sujeito que vive na Lapónia e só sai de casa uma vez por ano.
 
Mas o mais preocupante é o que vem a seguir: “He sees you when you are sleeping, he knows when you're awake”. Espera lá, isso quer dizer que o pai natal é omnipresente como Deus ou quer dizer que há câmaras de vigilância escondidas em nossas casas para que ele possa ver tudo o que se passa no conforto do seu sofá? É que se for a segunda opção, então o pai natal é capaz de não ser assim tão simpático como se pensa.

Azia

novembro 24, 2016
Diz o site do conhecido medicamento Gaviscon que a azia "ocorre quando o ácido, que normalmente se encontra sobre o revestimento de protecção do estômago, reflui para o esófago (canal que conduz os alimentos). Como o esófago não está tão bem protegido como o estômago, o ácido pode irritar o revestimento do esófago, o que pode provocar sintomas dolorosos, que podem durar de alguns minutos até algumas horas".

Agora que já provei que este texto tem tudo para estar repleto de informação interessante, deixem-me que vos diga que a azia não tem nada a ver com isto. Azia é empatar 3-3 depois de estar a ganhar 3-0 à meia hora de jogo. Isso sim é azia. E é daquela que causa ódio a pessoas de quem ainda ontem gostávamos (e amputar o Lindelöf). "Mais vale um empate que sabe a derrota que uma derrota que sabe a empate", li eu ontem no twitter. Mais valia era não se deixarem empatar otários!

E quando uma pessoa está quase a esquecer, vai ouvir a mixórdia e lembra-se que há mais pessoas com uma azia enorme. Porque "se as segundas partes fossem boas, eram as primeiras". Era fazê-los vir a pé da Turquia para cá. Não ganhem ao Nápoles não.

Os desenhos animados do meu tempo

novembro 15, 2016
Ter um título com as palavras "do meu tempo" faz-me parecer demasiado velha. Pensar que os anos 90 foram há 20 anos, faz-me sentir demasiado velha. Felizmente, aos olhos da sociedade, parece que eu ainda sou menor de idade. Ora, no meu tempo, os desenhos animados eram melhores do que agora. Aliás, atrevo-me mesmo a dizer que nasci na altura perfeita para ver desenhos animados de qualidade. Eram tempos em que saía da escola a correr para casa para poder ir ver o Batatoon e até, veja-se bem, me levanta cedo no fim de semana para ver "os bonecos".

Hoje, do nada, lembrei-me da música da avó detective e apercebi-me que hoje em dia, além de os desenhos animados não terem grande interesse, também não têm músicas memoráveis, daquelas cuja letra ainda nos lembramos mais de 15 anos depois. Acompanhem-me então nesta viagem nostálgica pelos desenhos animados "do meu tempo".

Avó detective (quais séries policiais americanas, Prudência Passinhos é que é!)


 Kim Possible


 Pokemon

   

 Inspector Gadget (eu sei que não tem letra, mas toda a gente conhece o ritmo)



 Marco e Gina (sem gozos, vi cada episódio mais de 10 vezes porque a RTP2 passava a vida a repetir isto, e ainda hoje estou à espera que o Marco e a Gina casem)


 Dave, o Bárbaro

   

 Navegantes da Lua (cuja música eu tive de cantar no meu primeiro dia de praxe. Foi triste)

   

 Dragon Ball

   

 Oliver & Benji

 

Shin Chan

   

 Estou a esquecer-me de algum, não estou?

7 anglicismos desnecessários no nosso dia-a-dia

novembro 03, 2016
Não, não me estou a referir a palavras como “hambúrguer”, “password” ou “stop”. Neste caso as palavras foram adotadas pela nossa língua e faz todo o sentido usá-las. Venho falar-vos da quantidade absurda de palavras inglesas que hoje em dia se usam para tudo como se a língua portuguesa não fosse suficientemente rica.


1. Top

Quem é que não conhece alguém cujo único adjetivo que conhece é “top”? “Top” é um substantivo masculino que tem um de dois significados: posição ou lugar cimeiro numa classificação ou peça de vestuário feminino, geralmente sem mangas, que cobre o tronco. E quem o diz nem sou eu, é o Priberam. Aconselho as pessoas que usam substantivos como se de um adjetivo se tratasse a passar por lá. Um site incrível para quem tem poucos recursos linguísticos. Seguem um conjunto de adjetivos perfeitamente adequados para substituírem a palavra “top”: bom, fantástico, fenomenal, incrível, impressionante, excelente, extraordinário, estupendo, excecional. Se acharem que são palavras demasiados “caras”, fiquem-se pelo fixe.

2. Running

Hoje em dia já ninguém corre apesar de correr estar cada vez mais na moda. Ninguém corre porque toda a gente pratica running. Atenção, ninguém run, mas toda a gente pratica running, ou seja, ninguém corre, mas toda a gente pratica corridas. Confuso, não é? Ainda bem que temos o inglês.

3. Rooftop

A minha avó tem um terraço para onde eu e os meus primos adorávamos ir quando éramos pequenos. Agora vou reformular a frase para os tempos atuais: A minha avó tem um rooftop para onde eu e os meus primos adorávamos ir quando éramos pequenos. É uma pena a vista ser obstruída pela casa num dos lados, caso contrário abria um rooftop 360º (porque se for 180º já não é tão bom), servia uns gins tónicos e ainda fazia bom dinheiro. Qualquer dia eu deixo de ter uma varanda em casa e passo a ter um balcony. De 180º.

4. Bulling


Lembro-me de andar na escola e andarmos constantemente todos aos pontapés uns aos outros. Porquê? Éramos parvos. Não encontro outra explicação para este facto. Mas ninguém sofria de bulling. Ninguém. Chamávamos-lhe “levar porrada”, mas bulling soa muito melhor.

5. Sunset

Houve uma altura em que as pessoas apreciavam o pôr-do-sol e, veja-se bem, organizavam festas nestas horas. Atualmente, não só não se aprecia o pôr-do-sol como também não se organizam festas. O que está a dar são parties na hora do sunset ou, ainda melhor, na sunset hour.

6. Selfie

No meu tempo tirava perfeitamente fotografias a mim mesma, mas chamavam-se fotografias como qualquer outra. Há 3 diferenças fundamentais entre uma fotografia e uma selfie:
1. A selfie implica o uso de um telemóvel com câmara frontal; na fotografia usava-se uma máquina fotográfica com a câmara virada para nós.
2. Nunca se tira apenas uma selfie. Tiram-se até todas as pessoas ficarem bem para depois se publicar no instagram e facebook; só se tira uma fotografia, se ficar mal, paciência.
3. Há 3500 filtros para se aplicarem às selfies; as fotografias com sorte eram editadas no paint.

7. Lifestyle

Lifestyle é traduzido como estilo de vida mas tem imensas interpretações diferentes. Por exemplo, nas secções de jornal com este nome refere-se a “coisas sem a mínima importância que ocupam cada vez mais espaço num jornal que devia trazer notícias". No mundo dos blogues pode querer dizer tudo e mais alguma coisa. Parece-me que esta é a palavra que requer mais estudo.

As minhas melhores "receitas"

comida outubro 31, 2016
Não me pesava há mais de um ano. Ontem decidi fazê-lo e percebi que emagreci um quilo. Não é que seja muito, mas se continuar assim vou precisar de calças novas e o meu orçamento não dá para isso. Por isso mesmo é melhor continuar a fazer o que faço melhor: misturar fruta e nutella. Não é qualquer tipo de fruta, mas posso garantir-vos que banana com nutella é delicioso (para não falar nos morangos porque isso toda a gente sabe). Sabem o que é também fica muito melhor com nutella? Bolacha maria. Uma delícia! Juro!


Dicas para ter um blogue de sucesso

outubro 29, 2016
Gostava de vos dar algumas, juro que gostava, mas nunca tive nenhum.... (e se a sanidade mental dos portugueses estiver bem, nunca terei)

À miúda que chora por não ter entrado em medicina

universidade outubro 27, 2016
A carta da Maria Barros publicada pela Visão foi da melhor comédia que vi no facebook nos últimos tempos. Há pessoas indignadas porque a menina, cheia de vocação para ser médica, não entrou no curso por três décimas. Mas vamos esmiuçar bem o que a Maria Barros diz na carta. Teve média de entrada de 17.8. Incrível como na Covilhã a média era 17.7 e mesmo assim a rapariga tem de ir para Espanha. Bem, para a menina da cidade deve ser preferível mudar de país a ir para o interior, certo? Errado. Porque depois de uma rápida pesquisa pelos candidatos a medicina em Lisboa, Porto e Coimbra, cheguei à conclusão que a Maria não existe. Não há nenhuma Maria Barros candidata a medicina na 1ª, 2ª ou 3ª fase com média de 17.8. Porquê? Porque a Maria mentiu. É bem mais conveniente dizer "não entrei por 3 décimas" do que "na verdade a minha média era 17.3". Sim, 17.3. A Maria candidatou-se à UBI nas duas primeiras fases e, veja-se bem, na 1ª até cometeu a loucura de se candidatar à Madeira. E na segunda fase até tinha média de 17.7, o que a torna ligeiramente menos mentirosa.

Curiosamente também mentiu sobre a média de secundário que foi 17.6 na 1ª fase e 18 na 2ª. De facto é deste género de pessoas que eu quero a tratarem-me nos hospitais. Deste e do género que põe as culpas nos outros quando as coisas não correm bem. Sim, porque ela não entrou por culpa deste sistema ridículo que temos em Portugal que premeia quem mais se esforça. Querias medicina? Estudasses mais. Tens esse sonho há 15 anos? Ó amiga eu quero ser cantora há 20 e não me vês a incomodar o Marcelo com isso. Queres prémios escreve para o Goucha. Queres cursos superiores, estuda.


"Mas a vocação devia contar". Pois devia, mas então e a vocação para os outros empregos todos? Quem é que viu que eu tinha vocação para comunicação quando me candidatei ao ensino superior? Quem é que viu a vocação da senhora da caixa do intermarché que ainda na semana passada me disse "boa tarde" como se eu fosse o diabo? E como é que esperas que se veja se alguém tem ou não vocação? Fazem-se entrevistas aos milhares de candidatos? Acho que sim, o estado deve estar cheio de dinheiro para isso. Ou abrem-se mais vagas para irem todos para o desemprego? Também me parece bem.

É curioso ela referir também a nota do exame de física e química já que este lhe desceu a nota. Amiga, eu usei como prova de ingresso um exame de português onde saiu Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Saramago na gramática e também me desceu a média. Eu também queria ter entrado na Nova e não entrei, mas pelo menos escolhi um curso onde sabia que entraria, se não em Lisboa, em Leiria. Não podemos ambicionar aquilo que não conseguimos porque a vida não se resume a um livro do Gustavo Santos. 

Vou contar-te uma coisa que precisa de ser mudada no nosso ensino bem antes de se medirem vocações e para tal aproveito para te contar uma pequena história. As minhas disciplinas preferidas sempre foram matemática e história. Na altura de optar escolhi humanidades. Perdi a conta ao número de vezes que ouvi de colegas de ciências o típico "só foste para humanidades para não teres matemática". Não, fui para humanidades para seguir a área que segui. Acontece que toda a gente desvaloriza história A porque "é só decorar". Não é. Experimentem decorar a história desde a antiguidade clássica até à atual para o exame e digam-me como correu. É preciso perceber tanto em história como em matemática. Curiosamente o exame de matemática demora 3 horas e o de história 2 horas e meia. Afinal são só meia dúzia de perguntas onde só temos de descarregar tudo o que decorámos. Quem me conhece sabe que eu escrevo rápido e faço testes rápido. Por estranho que pareça não tive tempo de acabar o meu exame de história. Nem eu nem muitas das pessoas que conheço. Tive 15. Se calhar se tivesse acabado, usava-o como prova de ingresso e mantinha a minha média. Sentes-te injustiçada? Injustiçados somos nós, os "inferiores" que não tiveram matemática e que não têm o mesmo tempo para fazer o exame. Injustiçada sinto-me eu por todos os anos nas notícias das médias dos exames ouvir "português e matemática". Injustiçada sinto-me eu por estar desempregada enquanto ditos jornalistas da visão contam a tua história sem sequer verificarem os factos.

Conversas sábias cá de casa

outubro 21, 2016
Diz o meu pai: "tens de arranjar trabalho e ganhar dinheiro de uma maneira qualquer".
E eu respondo: "ok, vou plantar droga".
"Isso não", diz ele.
"Então mas não era de qualquer forma?", responde a minha mãe.
E ele: "se fizeres isso sais cá de casa".
E eu: "não ia longe a cultivar droga cá em casa. Toda a gente sabe que a droga precisa de montes de luz e a eletricidade cá em casa é uma porcaria".

Questões que assolam a humanidade #17

questões que assolam a humanidade outubro 03, 2016
Quem é que assalto um banco com uma meia na cara?

Quem é que nunca viu num filme ou série um grupo de assaltantes a roubar qualquer coisa com uma meia de vidro a tapar a cara? Um grupo ou uma pessoa só, referi-me a um grupo simplesmente por ser ainda mais parvo um conjunto de pessoas suficientemente inteligentes para planear um assalto meterem uma meia na cabeça para o efeito. No meu tempo havia aquelas espécies de gorros que só mostravam os olhos. Reza a lenda que eram para esquiar mas como nunca esquiei, não posso comprová-lo. Bem, são uma espécie de burka mas em versão gorro. Um colega meu de escola tinha um e até lhe costumávamos perguntar se ele ia assaltar um banco de cada vez que vinha com aquilo na cara. Perguntávamos porque achávamos que era o indicado para que ninguém o reconhecesse. Com uma meia de vidro na cabeça, além de se tornar francamente mais fácil a identificação dos assaltantes, também o assalto acaba por ficar um pouco mais cómico, não é?

Obrigado por dizer obrigado

setembro 17, 2016
Fui só eu que já reparei que andamos a usar demais a palavra “obrigado”? Fui? Então se calhar é problema meu. Mas agora que falei nisto, pensem lá sobre o assunto. “É uma questão de boa educação”, dirão aqueles que estiverem a ler isto. Para mim, dizer obrigado por tudo e por nada chega a tirar significado à palavra. É um bocado como dizer muitas asneiras… quando estamos realmente chateados e soltamos um f… ou um c… já não vai saber ao mesmo. Posto isto, parece-me lógico falar de algumas situações em que é escusado agradecer.

Quando pedem aos pais ou amigos para vos passarem qualquer coisa à mesa São pessoas que vos conhecem bem e há anos. Poupem-se nas palavras que ninguém vai levar a mal. Com os meus pais nem “obrigado” nem “se faz favor” e ninguém reclama por não dizermos essas palavras. No tempo em que estive na faculdade e vivi com a minha prima (que não está a ler isto porque ele ignora tudo o que seja relacionado comigo) nunca se ouviu um “obrigado” a não ser que fosse a gozar. Alguma vez nos chateámos por causa disso? Nunca.

Quando acabaram de comprar qualquer coisa Talvez alguns considerem este ponto falta de educação, mas a mim faz-me confusão ir ao Continente e dizer obrigado à senhora que estava na caixa a fazer o seu trabalho e que me disse obrigado depois de eu lhe pagar. Digo-lhe bom dia, mas vou agradecer-lhe porquê? Por estar a fazer o seu trabalho? Então passo por um pedreiro na rua e vou também agradecer-lhe.

Agora não deixem de agradecer a uma pessoa que vos apanha a mala que caiu no meio do chão só porque eu digo para se pouparem nos obrigados. Agradeçam na mesma, mas parem de gastar a palavra. Qualquer dia estamos a agradecer a alguém que nos agradeceu e assim sucessivamente!

8 lições de vida dos filmes de terror

setembro 07, 2016

Quem me conhece sabe que não sou fã de filmes de terror porque se quiser ver sempre a mesma coisa, há muitas temporadas de CSI por aí. Mesmo assim, ao longo dos anos, fui vendo um filme aqui e outro ali. Escusado será dizer que nunca me assustei com nenhum porque a minha capacidade de prever o que se vai passar é incrível, mas mesmo assim tirei alguns ensinamentos para a vida que partilho convosco:

1. Não te surpreendas com o óbvio

Se estás numa situação assustadora e sabes que há um assassino atrás de ti, é mais que óbvio que eventualmente vais “esbarrar” nele. Se vires alguém morto no meio do chão, não fiques duas horas a olhar para uma pessoa que não podes salvar e corre antes que o assassino te apanhe. Se por acaso escolheres ficar a olhar para a pessoa morta no chão, não te espantes quando olhares para trás e vires os bonitos olhos do assassino. É uma coisa que as personagens de terror fazem recorrentemente sendo que o assassino devolve esse olhar e há ali um momento quase ternurento de constatação do óbvio.

2. Carrega o telemóvel antes de saíres de casa

Parece uma coisa básica mas há quem não o faça. Se têm 5% de bateria, nem levem o telemóvel (a menos que seja um 3310) porque não vão conseguir ligar para o 112 quando alguém aparecer à vossa frente com uma faca pronta a cortar-vos a garganta. Claro que, nos filmes de terror, mesmo que haja bateria, não há rede nem que andem quilómetros e quilómetros, mas quero acreditar que na vida real há rede em mais lugares.

3. Mete pilhas na lanterna

Quem nunca encontrou um túnel no meio do nada, decidiu explorá-lo mas de repente ficou sem pilhas na lanterna desdobrável que trazia no bolso das calças? Se andares com uma lanterna, leva pilhas. É um conselho para a vida.

4. Vê onde metes os pés

Imagina que estás a fugir de alguém armado/a em Usain Bolt. É boa ideia para de olhar para trás e olhar antes para aquele ramo estrategicamente bem colocado para te fazer cair e te deixar no chão a gritar durante meia hora à la João Moutinho.

5. Não vás sozinho/a a sítios assustadores

Este é daqueles como “não fales com estranhos” ou “olha sempre para os dois lados da passadeira”. É óbvio mas o pessoal dos filmes de terror continua a cometer este erro uma e outra vez. É incrível como é que alguém pensa que é melhor ir sozinho a um sítio assustador do que acompanhado.

6. Se fores em grupo, não te separes

Decorrente do ponto anterior, chega-nos a estupidez ao mais alto nível. “Ui, esta casa é capaz de ter uns dois quartos, uma casa de banho, uma cozinha e uma sala. Se calhar é melhor cada um de nós ir ver uma divisão para ver se despachamos isto mais depressa”. É assim que eles pensam e é por isto que no final acabam todos mortos.

7. Não vás a sítios assustadores à noite

“Precisava mesmo de ir àquela casa abandonada no meio do nada procurar pistas sobre o vilão desta história, vou esperar por amanhã de manhã quando se vir alguma coisa”, disse nenhuma personagem de um filme de terror. Sim, porque ir aos lugares de que se tem medo durante o dia é para os fracos. Onde é que anda o sentido de aventura das pessoas normais?

8. Tenham noção

Ó amigos, se estão mortos, não tentem fingir que estão vivos. Não é assim tão complicado perceber que são fantasmas. Os fantasmas não conseguem mover objectos (só se for com a mente, mas calculo que seja necessário um nível alto de fantasmagorice para o fazer) nem fazer-se ouvir entre os humanos. Se têm assuntos por resolver vão procurar a Jennifer Love Hewitt ou apareçam quando vos chamam no jogo do copo.

Questões que assolam a humanidade #16

questões que assolam a humanidade agosto 31, 2016
Se o coração é assim…


Porque é que o desenhamos assim?


Ok, é uma pergunta parva porque a resposta é lógica: é uma questão de estética. Sejamos honestos, um coração desenhado na sua forma real seria horrendo e por isso mesmo faz sentido que não seja assim. Além disso, sem a forma do coração que conhecemos, imaginem como é que seriam os i love milka por exemplo. Já estou a imaginar um pequeno chocolate meio oval cheio de veias salientes. Melhor presente de Natal de sempre! Questões de estética à parte, o que me faz confusão é como é que alguém se lembrou de desenhar o coração do formato como o conhecemos. É que não tem nada a ver!!

Quando o jogo é na Choupana

Benfica agosto 27, 2016
Hoje o Benfica joga na Madeira com o Nacional. Hoje ou amanhã porque na Choupana nunca se sabe muito bem. Aqui ficam as minhas previsões para o jogo:

20h28: As equipas entram no relvado.

20h30: O árbitro apita para o início do jogo.

20h32: O nevoeiro cobre a Choupana.

20h35: Os comentadores da Sport TV procuram o dossier “coisas irrelevantes para dizer quando há nevoeiro no estádio do Nacional”.

20h37: O Júlio César vai junto do árbitro queixar-se que não consegue ver por causa do nevoeiro.

20h38: O árbitro vai até junto da baliza do Júlio César, confirma que não conseguia ver o Eliseu nem que ele estivesse 5 metros à sua frente e pára o jogo.

20h39: Os comentadores da Sport TV abrem o dossier “coisas irrelevantes para dizer quando há nevoeiro no estádio do Nacional” e começam a encher chouriços.

20h45: Eliseu aproveita o facto de não se ver nada e vai roubar gelados e pipocas aos senhores que vendem nas bancadas.

20h50: O nevoeiro desapareceu e o árbitro apita para o reinício do jogo.

21h00: O nevoeiro regressa e o jogo volta a parar.

21h01: Os adeptos do Benfica começam a perguntar-se o porquê de metade da ilha ter ardido mas a Choupana estar intacta.

21h05: Os comentadores da Sport TV voltam a abrir o dossier “coisas irrelevantes para dizer quando há nevoeiro no estádio do Nacional”.

21h15: Bruno de Carvalho faz log in no facebook.

21h20: Os jogadores recolhem ao balneário.

21h25: Há novo post no facebook de Bruno de Carvalho a dizer que se isto acontecesse com o Sporting, o jogo continuava e que este é o campeonato da mentira.

22h00: O jogo é oficialmente adiado para domingo depois de almoço ou para daqui a uns meses.

A péssima prestação portuguesa nos Jogos

Jogos Olímpicos agosto 22, 2016
Há portugueses que certamente ainda não se aperceberam do quão forte é o adjetivo “péssimo” e seus semelhantes como “horrível”, “terrível” e afins. Sempre disse desde que comecei este blog que estava aqui também para ajudar os menos entendidos e, por isso mesmo, pretendo desde já esclarecer em que circunstâncias podemos e devemos utilizar tais palavras. Péssima é a maneira como o Ronaldo bate livres. Terrível é o empate de ontem do Benfica frente a uma equipa treinada pelo José Couceiro. Horrível sou eu a cantar Adele. A prestação dos atletas portugueses nos Jogos está longe de ser qualquer uma destas coisas.

Aos olhos do típico português, esta prestação foi péssima. Não foi. Péssimos foram os jogos da seleção no Euro 2016. Mas essa seleção acabou campeã da Europa. Não podemos exigir que a sorte dure para sempre. “Ah e tal mas os nossos atletas deviam ter feito mais, saímos de lá com uma mísera medalha de bronze”. Pois foi, e se as regras do judo não fossem extremamente estúpidas acabávamos sem nenhuma medalha e mesmo assim com uma prestação boa.  

Se eu queria medalhas? Claro. Por mim estávamos a competir com os EUA para ver quem ganhava mais medalhas em toda a competição, mas temos vários problemas que nos impedem de fazer isso mesmo. Primeiro que tudo, não temos um Michael Phelps. Parece que não, mas não é só o treino que faz de alguém um atleta extraordinário. Como em qualquer profissão é preciso aquele Je ne sais quois (sim, tenho ouvido demasiados franceses a falar). Uma pessoa que é um pé de chumbo, por mais que pratique nunca saberá dançar (pelo menos bem). O mesmo se passa com os atletas. Nós temos a sorte de ter alguns atletas de excelência e que conseguem dar-nos medalhas em mundiais e europeus umas atrás das outras. É a esses mesmo que podemos pedir medalhas. A Telma Monteiro é um desses exemplos e este ano cumpriu com aquilo que lhe era exigido (não por nós mas sim pela sua qualidade). O Nelson Évora é outro exemplo e que, mesmo depois de tudo o que se passou com ele, conseguiu superar-se e dar-nos um excelente resultado no Rio. O Nelson é também um exemplo de talento desperdiçado num país que não apoia o desporto. Há uns bons anos atrás, não duvido que com as condições de treino que Portugal nunca teve, teria conseguido a marca mítica dos 18 metros. Mas é o país que temos.

Talvez pudéssemos exigir mais qualquer coisa na canoagem, no ténis de mesa ou no ciclismo, mas talvez as expetativas estivessem muito lá em cima por parte da maioria dos portugueses. Nisto culpo completamente a comunicação social. Cada vez que via um português passar a uma final, ouvia prontamente um jornalista a dizer que ia lutar por medalhas. Iam todos lutar por medalhas. Até aquele da canoagem slalom (que 99% dos portugueses nem sabiam que era um desporto) que tinha sido repescado para os Jogos. Para um desporto de que  eu nunca ouvi  falar (e eu considero-me bastante entendida em desporto), um lugar na final de um atleta que certamente terá uma profissão "a sério" soube-me a medalhas. Mas isso sou eu, que me contento com pouco. No Taekwondo também íamos ganhar uma medalha. É importante salientar que temos alguns dos melhores atletas do mundo, mas importa continuar a salientar isso mesmo depois de eles terem azar (que neste caso não sei se terá sido azar porque sei zero de Taekwondo). 

Só com as medalhas que a comunicação social atribuiu aos canoístas portugueses já dava para ultrapassar os EUA na tabela final. Cada final nos ia dar uma medalha. Claro que depois os portugueses ficavam desiludidos com quartos e quintos lugares, como se isso fosse mau. Por acaso vocês estão entre os cinco melhores do mundo a fazer alguma coisa? Treinam todos os dias depois de irem trabalhar? Quem critica não tem noção das dificuldades que estas pessoas enfrentam. Imaginem-se nos lugares deles a treinar sem apoios, a pagar viagens do próprio bolso para poderem competir internacionalmente e ganhar medalhas que ninguém sabe que existem. Isto não é futebol. Ninguém recebe milhões de euros para treinar. A beleza das redes sociais é precisamente esta de ficarmos a conhecer melhor as histórias destas pessoas através de uns e outros tweets.

Se a falta de apoios é desculpa para tudo? Não. Por vezes também há falta de ambição e a falta do tal je ne sais quoi de que eu falava. Afinal a Grécia está pior que nós financeiramente e conseguiu três medalhas de ouro. Como? Com atletas acima da média (pelo menos o ginasta que venceu o ouro nas argolas é absolutamente extraordinário e arrumou com a concorrência facilmente). 

Assim sendo, antes de falarem, pensem! Eu sei, é difícil pensar antes de falar e eu não costumo fazê-lo muitas vezes, mas acreditem que é uma coisa fantástica! E em vez de se focarem na nossa falta de medalhas, foquem-se nos momentos incríveis que viram como as mil e uma medalhas do Phelps ou a revalidação de todos os títulos olímpicos do Bolt. Ou então foquem-se nos fantásticos resultados de muitos dos nossos atletas que ficaram no top 10. Se já não se lembram, fica o lembrete: 

José Carvalho - 9.º lugar em canoagem slalom
Luciana Diniz - 9.º lugar no hipismo
Rui Bragança - 9.º lugar no Taekwondo
Susana Costa  9.º lugar no triplo salto
Seleção sub-23 - quartos de final no futebol
Rui Costa - 7.º no ciclismo
Nelson Oliveira - 7.º lugar no contra relógio
Fernando Pimenta, David Fernandes, Emanuel Silva e João Ribeiro - 6.º lugar na canoagem
Patrícia Mamona - 6.º lugar no triplo salto
Ana Cabecinha - 6.º lugar nos 20km marcha
Nelson Évora - 6.º lugar no triplo salto
Fernando Pimenta - 5.º lugar na canoagem
João Pereira - 5.º lugar no triatlo
Emanuel Silva e João Ribeiro - 4.º lugar na canoagem
Telma Monteiro - 3.º lugar no judo

Questões que assolam a humanidade #15

questões que assolam a humanidade agosto 11, 2016
Porque é que os números das calças são pares?

Já pararam dois minutos para pensar sobre isto? Não? Ainda bem, porque é para isso que eu cá estou. Vivemos num país em que as calças são numeradas apenas com números pares. Porquê? Ninguém sabe. A mim até me dava jeito ter o número intermédio porque, como muita gente, sofro daquele problema de ter de comprar o número acima, que me fica um bocado largo, porque o imediatamente abaixo fica-me muito apertado. E, ainda dentro desta questão, é incrível o facto de as calças serem numeradas na casa dos 30 e dos 40. Não faria mais sentido começar logo a partir do 2? 

Guia prático para os Jogos Olímpicos

Jogos Olímpicos agosto 05, 2016
Os Jogos Olímpicos começam hoje e, por isso mesmo, juntei num post tudo o que precisam de saber sobre a maior competição de desporto. Começo por fazer uma vénia virtual ao Rui Jorge que, com tantas contrariedades, conseguiu construir uma equipa excelente que ontem venceu a Argentina.

Há umas quantas provas que não precisam de ver (spoiler alert) como as corridas de longa distância cujas medalhas já estão todas entregues ao Quénia, Etiópia e afins. Os 100 e 200 metros também não precisam de ver porque o Bolt acaba com a concorrência. No final vamos estar todos a lamentar a falta de medalhas e alguém de quem nunca ouvimos falar ganha o bronze ou a prata numa modalidade de que também nunca ouvimos falar.

E para não dizerem que este blog é completamente inútil, fica aqui o calendário completo das provas que envolvem portugueses (o google tem um relativamente bom mas sem vários desportos como o atletismo ou a canoagem):

Sábado, dia 6:

13h30: Ciclismo - Rui Costa, José Mendes, André Cardoso e Nelson Oliveira
17h00: Pistola de ar 10m - João Costa
17h08: Natação 400m estilos - Alexis Santos 
18h00: Ténis - Gastão Elias 
18h32: Natação 400m estilos - Victoria Kaminskaya

Domingo, dia 7:

00h30: Ténia de mesa - Jieni Shao
12h30: Canoagem Slalom - José Carvalho
13h00: Ténis de mesa - Fu Yu
13h45: Ginástica artística - Ana Filipa Martins
14h21: Judo - Joana Ramos 
14h56: Judo - Sergiu Oleinic
16h30: Ténis - João Sousa 
19h00: Futebol - Portugal vs. Honduras

Segunda, dia 8:

01h00: Ténis de mesa - Marcos Freitas
14h56: Judo - Nuno Saraiva
15h38: Judo - Telma Monteiro
17h00: Ténis de mesa - Tiago Apolónia
17h05: Vela - João Rodrigues
17h05: Vela - Gustavo Lima
17h15: Vela - Sara Carmo
17h56: Natação 200m estilos - Victoria Kaminskaya

Quarta, dia 10: 

13h00: Pistola 50m - João Costa
14h00: Ciclismo contra relógio - Nelson Oliveira
15h24: Judo - Célio Dias
17h00: Futebol - Portugal vs. Argélia
18h09: Natação 200m estilos - Alexis Santos
18h24: Natação 200m estilos - Diogo Carvalho

Quinta, dia 11:

11h30: Golfe - Ricardo Melo Gouveia e José Filipe Lima
14h00: Judo - Jorge Fonseca
17h26: Natação 800m livres - Tamila Holub
23h55: Badminton - Telma Santos

Sexta, dia 12:

15h00: 100 metros - Lorène Bazolo
15h10: 10000 metros - Ana Dulce Félix, Sara Moreira e Carla Salomé Rocha
17h05: Vela - Jorge Lima e José Costa
18h03: Ginástica de trampolim - Ana Rente
18h30: 20 km marcha - João Vieira e Sérgio Vieira
23h30: Badminton - Telma Santos

Sábado, dia 13:

00h30: 1500 metros - Marta Pen
13h30: 100 metros - Yazaldes Nascimento
13h40: Triplo Salto - Patrícia Mamona e Susana Costa
15h00: 400 metros - Cátia Azevedo
15h20: Badminton - Pedro Martins
18h03: Ginástica de trampolim - Diogo Abreu
19h00: Ténis de mesa - Tiago Apolónia, Marcos Freitas e João Monteiro

Domingo, dia 14:

13h30: Maratona - Ana Dulce Félix, Jéssica Augusto e Sara Moreia
13h40: Badminton - Pedro Martins
14h00: Hipismo - Luciana Diniz
23h55: Badminton - Telma Santos

Segunda, dia 15:

13h00: Maratona aquática - Vânia Neves
13h00: Canoagem C1.1000 - Fernando Pimenta
13h30: Triplo Salto - Nelson Évora
13h35: 200 metros - Lorène Bazolo
13h38: Canoagem K1.200 - Francisca Laila

Terça, dia 16:

13h45: Salto à vara - Marta Onofre e Maria Leonor Tavares
15h20: Lançamento do disco - Irina Rodrigues

Quarta, dia 17:

01h10: 400 metros barreiras - Vera Barbosa
13h00: Canoagem K2.1000 - Emanuel Silva e João Ribeiro
13h15: Taekwondo - Rui Bragança
13h16: Canoagem C1.200 - Hélder Silva
13h51: Canoagem K1.500 - Teresa Portela

Quinta, dia 18:

13h55: Lançamento do peso - Tsanko Arnaudov
15h00: Triatlo - João José Pereira, João Pedro Silva e Miguel Arraiolos

Sexta, dia 19:

12h00: 50 km marcha - João Vieira e Pedro Isidro
13h51: Canoagem K4.1000 - Fernando Pimenta, Emanuel Silva, David Fernandes e João Ribeiro
18h30: 20km marcha - Inês Henriques e Ana Cabecinha

Domingo, dia 21:

13h30: Maratona - Ricardo Ribas, Rui Pedro Silva e Hermano Ferreira
16h30: Ciclismo de Montanha - David Rosa e Tiago Jorge Oliveira Ferreira

Não precisam de agradecer! As horas de alguns desportos podem não ser exatamente estas já que o início de alguns jogos está dependente do final de outros. No caso da vela, está apenas o horário da primeira regata. No atletismo as horas também podem não ser exatamente as que estão aqui porque os atletas ainda não sabem em que eliminatória estão e escusado será dizer que só estão as datas e horas das eliminatórias e não das finais.

10 motivos pelos quais o verão é sobrevalorizado

agosto 03, 2016

Estamos no início de agosto, aquele mês que exclama verão por todo o lado. Sendo eu uma adepta fervorosa do inverno, trago-vos um conjunto de razões para perceberem o porquê de o verão ser uma das piores estações do ano.

1. Calor insuportável

Sim, é suposto estar calor no verão… o que não é suposto é eu sair de casa e sentir-me como suponho que se sente um porco no espeto. Um verão com 25 graus era coisa para eu suportar sem me queixar, mas quando chegamos aos 40 ou lá perto, não há razão para não odiar o verão!

2. Dormir com o calor

Dormir é das minhas atividades preferidas e sou excelente a fazê-lo. A menos que sejam duas da manhã estejam 30 graus dentro de casa. Uma solução seria abrir a janela para entrar aquela réstia de vento que se faz sentir lá fora, mas isso leva-me ao próximo ponto.

3. Mosquitos e insetos

Não há nada mais irritante do que querer dormir e ouvir aquele zumbido das melgas a sobrevoar a nossa cabeça à procura da melhor veia para nos drenarem o sangue de noite.

4. As típicas fotos de verão nas redes sociais

Ao que parece para se ter um verão absolutamente fenomenal é indispensável publicar no face ou instagram um conjunto de fotos como: foto das pernas com o mar ao fundo; foto com um prato de caracóis e uma imperial; foto de um qualquer país para onde a pessoa foi passar férias onde só se vê a pessoa em questão e nada do suposto monumento que devia estar na foto… and the list goes on.

5. As partes de corpo que ninguém quer ver

Sabem o quão difícil é encontrar calções para o verão? Eu sou das poucas pessoas que vive este drama. Vou a todas as lojas e vejo “calções” mais caros que calças. E calções está entre aspas porque na verdade o que há à venda não são calções mas sim aquilo que eu batizei como “cuecas de ganga”. Parecem calções, mas quando os vestimos vêm-se metade das nádegas. Há cuecas maiores que os calções de hoje em dia. Eu, que sou uma pessoa antiquada e que não gosta de andar a mostrar metade do rabo no meio da rua, não posso usar roupa de verão.

6. Não há futebol

Não é algo que afete toda a gente, mas há uma maioria que sofre pelo mundo inteiro sem futebol para ver. E não, o Euro não veio resolver nada. Entretém, mas não se pode comparar à alegria de ver o Benfica!

7. Escaldões

Nunca apanhei nenhum escaldão na vida até porque sou uma daquelas pessoas que se passar uma semana na praia fica mais ou menos como o Mantorras, mas acredito que deva doer. Claro que ficar a torrar na praia às horas de maior calor sem chapéu nem protetor solar é mesmo pedir para ficar que nem uma lagosta. Para quem apanha escaldões só de sair à rua, ficam as minhas condolências.

8. O francesismo

Todas as terras triplicam o número de habitantes em agosto. Nenhum problema com isso. O meu problema está na quantidade de francês que ouvimos nas ruas. A lógica de uma pessoa que sempre falou português na vida chegar a Portugal e perguntar-me “ça vas?” é algo que me ultrapassa. Isso e o monte de palavras francesas que misturam numa frase portuguesa. Uma vénia aos emigrantes que chegam cá a falar português e sem se quererem armar em bons!

9. Volantes que queimam

Conduzir no verão é das piores coisas da vida. Estacionamentos à sombra é para esquecer. As costas começam a colar ao banco, o volante queima-nos as mãos ao ponto de nos apetecer fazer como o Toy e conduzir com os joelhos. O ar condicionado é demasiado artificial, mas se abrirmos os vidros é uma ventania de ar quente que não se aguenta. Ponto extra para as nós, raparigas com o cabelo comprido, que começamos a ter mais cabelo na frente da cabeça por causa do vento.

10. Não é aceitável não gostar do verão

Dizer a alguém que não gostamos do verão é cometer suicídio público. Se estão a pensar dizê-lo, tenham em mente que vão surgir perguntas como “estás parvo?” e “como é que é possível não gostares do verão?”. Depois experimentem dizer também que não gostam de praia. Se o vosso objetivo era fazer novos amigos, esqueçam lá isso.

Cinco cursos para quem não quer ser desempregado

universidade julho 25, 2016
Já começaram as candidaturas à universidade e eu, como cidadã exemplar que sou, venho ajudar os mais indecisos a encontrarem um curso que no final terá emprego. Vejam então as minhas cinco sugestões:

Engenharia

Não interessa de que tipo é. O importante é ter engenharia no nome. A partir destes momentos todos os cursos se tornam melhores e mais difíceis e, por isso mesmo, uma empresa não irá deixar no desemprego um concorrente com uma licenciatura em Engenharia Química em detrimento de um com uma mera licenciatura em Química. É lógico. Não se esqueçam é que em grande parte das engenharias é fácil entrar mas difícil sair!

Enfermagem

Pode parecer que estou a gozar convosco, mas não. Se a vossa cena é a medicina e têm um nível de inglês impecável ganho com muitos anos de House ou Anatomia de Grey, Enfermagem é o curso certo para vocês. Tem uma média baixa (ao contrário de Medicina) e talvez muitos pensem que não há doentes para tantos enfermeiros. Errado! No Reino Unido estão sempre a precisar de enfermeiros portugueses.

Design

Se vocês soubessem a quantidades de anúncios para design que eu vejo todos os dias metiam o curso nas seis opções sem pensar duas vezes. Se não quiserem tirar o curso vão aprendendo a mexer no Photoshop e afins com aqueles tutoriais do youtube ou vejam Mr. Robot.

Educação

Quem acha que o sector da educação está lotado, tem razão. Quem acha que há professores a mais para escolas a menos, também tem razão. O que não há são professores a mais para manifestações da CGTP. Nós queremos o pessoal da CGTP a trabalhar e tendo em conta que a única coisa que eles fazem é organizar manifestações, é melhor que exista alguém que queira efetivamente manifestar.

Línguas

Também pode parecer uma área lotada, mas é tudo uma questão de saber escolher as línguas que se estudam. Uma excelente opção é árabe. Porquê? Pensem comigo: o Estado Islâmico está a evoluir a olhos vistos e uma organização deste nível não pode continuar a comunicar-se numa língua que poucos entendem, portanto mais tarde ou mais cedo terão de contratar tradutores.

Quantos dias gastaste a ver séries?

séries julho 14, 2016

Os mais atentos a este blogue (que ultimamente só tem falado de futebol) devem saber que sou aquilo a que se chama seriólica. Atualmente isto das séries anda parado porque estamos na época de verão e há poucas séries. Por isso mesmo, tirei um bocadinho do meu tempo para fazer contas aos dias que já perdi a ver séries. Sem contar temporadas repetidas e episódios soltos, perdi 106 dias neste vício.  Pensava que fosse bem mais! Se  quiserem fazer as contas é só irem aqui e introduzirem os nomes das séries que viram e o número de temporadas. 

Euro 2016: quem culpar em caso de mau desempenho?

Euro 2016 julho 14, 2016
A caminhada de Portugal no Euro 2016 começa hoje e, como eu não quero que ninguém se preocupe com mais nada que não seja vencer jogos, decidi fazer parte do trabalho da FPF. Assim sendo, de seguida apresento uma lista de razões que poderão explicar o mau desempenho da seleção no Euro. Senhores da FPF, sintam-se à vontade para usufruir de qualquer uma destas razões.

1. O tempo

Diz o Google que se vai fartar de chover nos próximos dias. Não sendo o tempo instável que havia no Brasil, penso que serve perfeitamente como justificação.

2. Os médicos

Foram os grandes culpados do último Mundial e por isso talvez ainda seja cedo para voltar a culpá-los de novo por um falhanço qualquer, mas não havendo mais opções…

3. O selecionador

O treinador é sempre o primeiro a culpar em caso de derrota não é? E um treinador que convoca o Éder tem ainda mais razões para ser culpado.

4. O Nani

Finalmente a maioria das pessoas começaram a ver o quão mau jogador é o Nani. Eu faço o mesmo que ele em campo com o benefício de ser mais pequena e por isso estorvar menos. Mas aqui talvez o grande culpado continue a ser o selecionador.

5. Todos menos o Ronaldo

Seguindo as declarações do nosso grande capitão depois da eliminação no último Mundial: se jogassem todos como ele, tinham ganho. Portanto e culpa é dos outros que não sabem jogar à bola.

6. O terrorismo

Sempre ouvi dizer que o medo paralisa. Talvez seja por isso que o Rui Patrício não se vai conseguir mexer para defender golos.

E vocês, que sugestões dão à FPF?

Os melhores penteados do Euro

Euro 2016 julho 11, 2016
O Euro acabou (e da melhor forma) mas há imagens que ainda estão bem vivas na nossa memória. Não me refiro ao Joaquim Löw ou aos adeptos da Irlanda, mas sim aos penteados. Voltei a juntar a Elizabete, a Maria e a Sara e desta vez também dei a minha opinião. Dei-lhes 5 opções de escolha, mas ficam aqui algumas menções honrosas:

Quaresma (no início do Euro o penteado não estava assim senão certamente que estaria entre os primeiros)

Vida (ok, isto é ridículo, mas já é tão visto que nem merece destaque)

Hamsik (a nível de "cristas" pareceu-me que havia uma melhor)


Fellaini (já todos o conhecemos)


E agora, aqui fica o nosso top 5 dos melhores penteados deste Euro:

5. Nani (Portugal)


4. Ramsey (País de Gales)


3. Pogba (França)



2. Nainngolan (Bélgica)

1. Perisic (Croácia)



Quero terminar referindo que o Éder fez tantos golos neste Euro como o Ibrahimovic, o Muller e o Lewandowski todos juntos. #RumoÀBotaDeOuro

3 cenários prováveis para o jogo de domingo

Euro 2016 julho 08, 2016
Ah, a França. Que vontade que todos tínhamos de jogar contra a França. Confesso que, mais do que querer que Portugal ganhe, quero que a França perca. Porquê? Porque sou portuguesa e ainda por cima sou adepta de futebol. Qualquer pessoa que possua uma destas caraterísticas quer que a França perca. Quem possui os dois, quer ainda mais. Numa espécie de antevisão do jogo, trago-vos os três cenários mais prováveis para domingo (por ordem):

A goleada da França

Sejamos honestos, se dão 2 à Alemanha, dão 10 a Portugal. Afinal a Alemanha só tinha sofrido 1 golo até agora e tem alguns dos melhores jogadores do mundo. Além disso nós temos o Rui Patrício e eles têm o Neuer, que é só o melhor guarda-redes do mundo. É rezar para que o Griezmann se lesione antes do jogo…

A vitória da França

O resultado é mesmo do anterior, mas neste caso não somos humilhados. Verdade seja dita, prefiro levar logo 5 em 20 minutos *cof cof Brasil cof cof* do que estar a sofrer até ao fim e o árbitro arranjar uma mão na bola de um jogador qualquer na área *cof cof Schweinsteiger cof cof* para resolver o jogo para a França.

O empate

No fundo todos nós queremos 120 minutos de jogo e depois rezar para que o Lloris não defenda nada. Parece-me improvável, mas um empate nos 90 minutos não é uma hipótese assim tão rebuscada. Imaginem que, com um golpe de sorte, o Renato pega na bola e vai até à área francesa sem levar um pontapé nas canelas do Pogba. Chega lá, cruza e o Nani marca. Isto aos 10 minutos de jogo. Entretanto o Fernando Santos mete mais um central e um médio defensivo e aguentamos até aos 90 minutos a ganhar. Nessa altura o Bruno Alves (o central que entrou) dá um pontapé na cara do Griezmann dentro da área, é expulso e há golo para a França. Na meia hora de compensação a França marca dois ou três e ganha.


Com isto tudo, importa dizer que as hipóteses de Portugal vencer são mínimas, até porque todos sabemos que se a França não ganhar de uma maneira, ganha da outra. Por isso e porque Portugal não joga nada, mas “entre jogar bonito e estar em casa ou jogar feio e estar aqui, prefiro ser feio”. É por isto que preferia que a Alemanha tivesse ganho ontem. O meu conselho é: vão apostar uns euros na vitória francesa. Se perderem o dinheiro, ficam felizes e se o ganharem também.

E domingo, se perdermos, que se f*da!

10 provérbios que deviam ser alterados

Euro 2016 junho 30, 2016
A prestação portuguesa neste Euro está de tal forma entusiasmante que me parece lógico que comecemos a alterar pequenos aspetos da nossa cultura para homenagear a tática que Fernando Santos instaurou nesta equipa. Assim sendo, proponho que alguns dos mais conhecidos provérbios portugueses sejam alterados e até tenho algumas propostas:

Mais vale um empate na mão, que uma vitória a voar.

Empate a empate enche Portugal o papo.

A empatar se vai ao longe.

Diz-me com quem empatas, dir-te-ei quem és.

Enquanto há empate, há esperança.

Há empates que vêm por bem.

No empatar é que está o ganho.

O empate é a alma do negócio.

Para grandes males, grandes empates.

Quem empata por último, empata melhor.

Agora é uma questão de começar a usar estas expressões para ver se as interiorizamos.

Empatar três jogos é bom ou mau?

Euro 2016 junho 24, 2016
O povo português está divido. Como sempre, as questões fraturantes da sociedade debatem-se com o maior afinco. Será Fernando Santos o homem certo para comandar a equipa portuguesa? Os três empates contra adversários inferiores foram bons? A qualificação em terceiro lugar que permitiu evitar os tubarões foi excelente ou não deviam ter jogado para o empate com a equipa B da Hungria? São as questões que preocupam os portugueses neste momento.

Aliás, a discussão sobre se o Moutinho deve ou não ser titular é mais importante na vida de qualquer português do que o Brexit ou qualquer outro assunto realmente relevante para a sociedade. Não sei porque é que se discute sequer este tema. É lógico que a resposta é não e só o Fernando Santos é que não vê isso.

Decorrente deste assunto que parece estar a dividir os portugueses, decidi fazer um esquema que resume basicamente as duas opiniões mais populares:


Escusado será dizer que, como qualquer pessoa com olhos na cara, eu faço parte do grupo que acha que esta seleção é uma miséria. Assim sendo, vejo-me na obrigação de responder aos argumentos daqueles que acham que somos "muita" bons.

1. Não era um grupo fácil? Então o que é que é um grupo fácil? Gibraltar, Luxemburgo e São Marino?

2. Pode acontecer tudo se a Croácia não jogar nada, porque se jogar metade do que jogou com  a República Checa ou Espanha, comprem já o bilhete de regresso;

3. Defender o resultado contra as sobras da Hungria? Depois a Islândia é que tem mentalidade pequena;

4. Não vale a pena falar dos não-passes e dos livres mal marcados pois não?

Para vencer a Áustria...

Euro 2016 junho 18, 2016
... precisamos deste 11:


Como ser um bom português em 10 pontos

Portugal junho 10, 2016

Para os mais distraídos, hoje é feriado por ser o dia de Portugal. Em jeito de celebração trago-vos 10 conselhos que farão de vós melhores portugueses. Eu, enquanto terrível portuguesa que sou, só faço uma destas coisas (pelo menos regularmente). E vocês? Com quantos pontos é que se identificam?

1. Chegar atrasado

Comecei pelo mais típico. Chegar atrasado é mais português do que o prato de peixe num restaurante ser bacalhau com natas. E o pior é que isto está instaurado de tal maneira na sociedade que as pessoas pontuais é que começaram a ser os maus da fita. As 10 pessoas que chegam a horas a tudo neste país percebem o que eu estou a dizer. Chegar a um lugar às 20 horas quando essa foi a hora combinada e reclamar com os amigos que chegaram meia hora depois é visto como estúpido neste país porque afinal, ninguém obriga ninguém a chegar a horas se já sabe que os amigos não vão fazer o mesmo. Uma pessoa pontual neste país é mais discriminada que um adepto de futebol num hotel de Viana do Castelo.

2. Festivais de verão

É uma moda mais ou menos recente. Todo o português que se preze vai a Festivais de Verão. E notem que estou a usar o plural propositadamente porque ir só a um é para os fracos. Rock in Rio, Alive, Sudoeste, Super Bock Super Rock… Quantos mais, melhor. Há quem vá a festivais pela música (por exemplo eu, que não tenho por hábito pagar um balúrdio por artistas ou bandas de que não sou fã), mas a maioria vai pelo convívio. Claro, é bem melhor pagar para lá de 50€ para ir para o meio de milhares de pessoas ouvir música que nem conhecemos aos altos berros do que combinar um jantar com os amigos.

3. Não fazer piscas

Está implícito desde o momento em que tiramos a carta que o pisca é irrelevante no acto da condução. Afinal, ninguém chumba por não fazer piscas. É por essas e por outras que a maioria dos condutores se acha no direito de nos fazer parar na rotunda à espera que eles passem e acabam por sair antes. Amigos: se o pisca existe, é para ser usado.

4. Usar hífen no pretérito imperfeito do conjuntivo

Confesso que esta é das minhas manias preferidas e já há muito que deixei de me dar ao trabalho de a corrigir porque não servia de nada. Não é assim tão complicado distinguir quando é que usamos hífen ou não. Aprendam comigo: se precisarmos de um “se” atrás do verbo, então escreve-se com dois “ss”. Se não precisarmos (como o escreve-se), usamos hífen. Já que estamos numa de conselhos de português: “há” é usado quando se refere a tempo ou a verbo haver e “hades” é o deus grego do submundo.

5. Música aos altos berros

Quem nunca andou em transportes públicos e teve a sorte de ir a ouvir a música (sempre de qualidade) daquele tipo cheio de swag sentado no banco de trás? É um problema grave da nossa sociedade e que facilmente se resolvia com a expulsão do indivíduo do meio de transporte (preferencialmente enquanto este está em andamento).

6. Dieta

Que atire a primeira pedra quem, além de mim, nunca fez dieta… No meu tempo as dietas eram bastante simples: querias emagrecer, deixavas de comer. Hoje em dia não. Há dietas para todos os gostos. Numas não podes comer pão, noutras só podes comer pão. Numas tens de ter um “dia da porcaria”, noutras podes ter os que quiseres mas tens de beber uns sumos feitos de couve, pepino e curgete todas as manhãs. É uma questão de ir a uma livraria escolher aquela de que mais gostarem.

7. Livros de auto-ajuda

O Gustavo Santos pode ser uma espécie de pioneiro nestas coisas da auto-ajuda, mas está longe de ser o único a fazê-lo neste momento. Juntamente com os livros das dietas, estes são os que mais se encontram. E o pior é que vendem. Expliquem-me lá qual é o livro que diz “acredite em si, você é capaz” que vai conseguir mudar a vida de uma pessoa? É que além de parva, esta coisa da auto-ajuda é uma aldrabice. Um livro diz que eu consigo fazer qualquer coisa se acreditar nisso e trabalhar para tal. É mentira. Eu gostava imenso de ganhar uma medalha de ouro no Rio, mas por muito que acredite em mim, é lógico que não vai acontecer

8. Comer caracóis

Estamos em plena época de caracóis e português que é português gosta de caracóis. Mas atenção, gostamos tanto deles que sentimos necessidade de partilhar com os nossos seguidores do instagram e do facebook que vamos comer as pobres criaturas. A foto ganha pontos extra se for numa esplanada à beira mar e os caracóis forem acompanhados de uma imperial. Eu, que sou uma otária, nunca tirei fotos a caracóis antes de os comer.

9. Discutir futebol

Em Portugal os assuntos do país são deixados de lado em prol da “bola”. A bola discute-se como se fosse absolutamente determinante para a nossa vida. Seja no café ou noutro lado qualquer, todo o português discute futebol e, curiosamente, sabe sempre mais que os intervenientes diretos nos clubes. Se o nosso clube é campeão, vamos festejar até às tantas nem que no dia seguinte tenhamos de ir trabalhar de manhã. E chegadas alturas de europeus ou mundiais é a loucura. Há ecrãs gigantes a cada 10 metros para não perdermos nada do que se passa.

10. Ouvir fado

É uma moda recente que veio com esta “nova geração” do fado. Toda a gente gosta de fado. Principalmente aqueles mais animados que, se ouvirmos bem, nem são bem fado. Se derem na rádio, ainda melhor porque afinal precisamos que o público em geral aprove os nossos gostos musicais. Ai do português que se atreva a dizer que não gosta de fado!

Questões que assolam a humanidade #14

questões que assolam a humanidade junho 06, 2016

Quem é que deu os cognomes aos reis?

Há coisas na vida para as quais a internet não tem resposta. Este é um desses casos (pelo menos na minha rápida pesquisa). Há imensos sites a explicar porque é que cada um dos reis tem determinado cognome, mas esta questão é bem mais complexa que isso. Pensem comigo: a monarquia começou em 1139 e acabou há pouco mais de 100 anos. Durante este período todos os reis tiveram cognomes e portanto está excluída a hipótese de ter sido uma pessoa a dar estas “alcunhas” aos reis. Assim sendo sobram-nos três opções:

1. Os cognomes iam sendo dados à medida que os reis morriam e eram dados consoante a herança mais relevante que deixavam. Por exemplo, D. Dinis é o Lavrador à custa do Pinhal de Leiria;

2. Os cognomes foram todos dados por uma pessoa depois de a monarquia acabar para dificultar o ensino de história;

3. Os vampiros são reais.

Honestamente, não sei qual é a hipótese menos parva até porque há vários pontos a ter em conta. A fazer fé na hipótese 1, a pessoa que deu o cognome de Gordo ao D. Afonso II ou tinha muito pouca imaginação, ou não fazia ideia do que é que ele fez no seu reinado (provavelmente não faz nada de relevante). Deviam ter arranjado um criativo publicitário com mais imaginação.

Já a hipótese 2 parece-me a menos lógica já que D. Sebastião tem como cognome “O Desejado” por causa daquela história de não haver sucessor ao trono. Ora, todos nós sabemos que D. Sebastião é famoso pelo seu desaparecimento em Alcácer Quibir e, por isso mesmo, se lhe fossemos dar um cognome hoje em dia, estaria relacionado com o seu aguardado regresso.

Conclusão: isto de os reis terem cognomes é estúpido e se alguém souber como é que esta moda começou, é favor dizer-me, porque eu adorava saber!

A (minha) música de apoio à selecção

Euro 2016 junho 03, 2016
Tenho ouvido muita gente a queixar-se da música e apoio à selecção para este Euro. Uns dizem que é uma seca. Outros dizem que a letra é péssima e há ainda quem diga que já vamos com música de funeral e ainda nem começámos a jogar. E depois há aqueles como eu que dizem isto tudo. Ora, dizer mal é muito fácil, mas não vi ninguém a tentar fazer melhor. É por isso mesmo que eu cá estou. Por isso e para provar a quem me conhece que consigo sempre alcançar um novo nível de estupidez. Tentei, em meia hora, fazer melhor (ênfase no tentei) e o resultado foi este:


A ideia inicial era fazer com uma música dos Dama ou do Anselmo para espelhar melhor o gosto musical da maioria dos portugueses, mas ninguém tem noção do quão complicado é arranjar instrumentais de músicas portuguesas. Acabei por encontrar a "Única Mulher" que ia substituir por "única selecção" mas acontece que, à semelhança do Anselmo, também me custa bastante atingir aquela nota mais alta e como as minhas qualidades de edição de som não são lá grande coisa optei por não arriscar.

Vale a pena esclarecer algumas coisas: eu não sou o Pedro Abrunhosa. O meu nível de canto resume-se ao "canto ao volante" e é quando não estou acompanhada. Também não tenho os recursos técnicos dele e portanto a gravação não poderia sofrer edições. Gravação essa feita com o gravador do computador (com imensa qualidade como devem calcular).

Outra coisa importante que quero esclarecer é o facto de eu dizer "Austría". Eu sei perfeitamente que se diz Áustria, mas a mudança de sílaba tónica deu-me imenso jeito para efeitos de rima. Por falar em rima, vocês sabem lá o que é arranjar uma palavra que rime com croissants. Pensei em trocar para baguete, mas não era grande solução, tendo em conta que só me conseguia lembrar de croquete.

Last but not least, isto foi feito em meia hora (escrever a letra e gravar a voz) por alguém que se interessa bem mais pelo seu clube do que pela selecção. Se eu fiz isto em meia hora, o Abrunhosa conseguia bem melhor em 5 minutos e mesmo assim apresentou a pior música de apoio à selecção de sempre.