10 coisas que aprendi em França

viagem outubro 12, 2021

Os mais atentos às minhas redes sociais (ou seja, as pessoas muito desocupadas) terão reparado que estive em Toulouse na semana passada. Já estive em mais locais em França? Não. Vou generalizar o que se passou numa cidade para um país inteiro? Certamente.


1. A água não se paga nos restaurantes

E eu, que adoro água e era a única coisa que queria beber a fazer 15km por dia, fiquei bastante feliz por perceber isto. Dizem-me que em países evoluídos isto acontece. Ora, eu nunca tinha estado num país evoluído. Dizem-me também que, provavelmente, bebi água da torneira. É o que bebo em Portugal e foi o que bebi na Polónia. Se sobrevivi a essa água, sobrevivo a toda, sobretudo se for grátis.

2. As casas de banho públicas são lavadas e têm papel

Não sei se também é de país evoluído, mas, com tanta água grátis ao almoço, precisei de entrar em algumas casas de banho públicas (daquelas que há na rua, não nas de shopping, por exemplo). Além de gratuitas, estavam lavadas, com papel, sabonete e os secadores de mãos até funcionavam.

3. As ruas são lavadas todas as manhãs

Imaginam-se a chegar ao Cais do Sodré a uma sexta-feira de manhã e não ter os vossos pés a colar ao chão a cada passo? Sei bem que não, que eu trabalhei ao lado da rua cor-de-rosa um ano e meio e sei como é. Pois bem, em Toulouse, as ruas são limpas de manhã.

4. As bicicletas e as pessoas têm prioridade sobre os carros

Se eu ia sendo atropelada por várias bicicletas? Sim. Não tinha noção do quanto as bicicletas eram populares em França (generalização? Não, nunca), mas são. E têm prioridade em todo o lado. E nós, meros peões, também temos. Basta atravessar a rua e ninguém vai sequer apitar. Em Lisboa até na passadeira temos de esperar que alguém nos deixe passar.

5. Ninguém se vai esforçar para falar inglês

Não percebes francês? Percebes, percebes. Ou, melhor, tens de perceber, porque ninguém te vai responder em inglês. A lógica deles é complexa para o meu entendimento: eles falam em francês, tu dizes "I don't speak French" e eles repetem a mesma coisa em francês como se, dizendo uma segunda vez, tu ficasses subitamente fluente. 

6. Os revisores do comboio usam boina

Sim, o cliché é real, mas só para revisores de comboio, segundo me pareceu, tendo em conta não ter visto absolutamente mais ninguém com uma boina.

7. Os bilhetes de comboio são baratíssimos

Na verdade, já vi várias pessoas a dizer exatamente o oposto, mas eu comprei bilhetes a 1€, por isso falo por experiência própria quando digo que, visitar cidades à volta de Toulouse é muito barato e, na medida dos possíveis, até bastante confortável.

8. Não há lojas de lembranças

Pelo menos em Toulouse. Uma pessoa quer ser turista e não a deixam. Não há um íman para o frigorífico, uma caneca com o rio Garona ou uma camisola a dizer "I 💗 Toulouse" (e ainda bem, porque quem é que a ia comprar?).

9. Não há sacos para venda nos supermercados

Aprendi isto da pior forma, entrando num Lidl a 1km do Airbnb e saindo com as compras numa caixa de cartão que a senhora da caixa me disse, em francês, claro, que podia levar. Não foi uma viagem agradável e escusado será dizer que não voltei ao supermercado.

10. Não aprendi mais nada

Mas isto com número redondo fica mais bonito.

Reviews realmente relevantes #2 - Monte dos Vendavais

livros março 01, 2021

 "Ah, mas isto agora é um blogue literário?". Não, isto é um blogue do que eu quiser porque ninguém me paga para nada e, portanto, limitem-se a ficar felizes por eu estar de volta depois de mais de dois meses sem aparecer. Importa desde já referir que eu não sou grande leitora, portanto não esperem muitos destes textos por aqui. Estou só a tentar a parceria com a Wook, na verdade.



Acabei, ontem mesmo, "O Monte dos Vendavais" da Emily Brontë. Demorei cerca de duas semanas que se assemelharam a dois anos. Não me dignei a ler um resumo antes de pegar no livro porque toda a gente se refere a ele como um romance épico. Vim a constatar que toda a gente está enganada.

"O Monte dos Vendavais" é, na verdade, uma tragédia épica que nasce de um romance que dura apenas metade do livro e nunca chega sequer a concretizar-se. O personagem principal é tipo odioso e a história é contada pela empregada de uma propriedade vizinha daquela onde ele vive ao novo inquilino. Mas é contada com um detalhe tremendo com pormenores que nem o próprio personagem principal se lembraria.

Em jeito de resumo: esta é a história sobre a empregada mais cusca de sempre.

E então, convenci-vos a ler o livro? Não? Eu também não teria lido se lesse essa descrição. Ou outra, na verdade. 

Interessados em comprar? Façam o favor de o fazer na Bertrand ou na Wook (não julguem que tenho parcerias, eles é que aprovam qualquer um no programa de afiliados e sim, selecionei os livros com preço mais baixo disponíveis).