12 "desejos" que não se vão realizar em 2016

janeiro 01, 2016

Comeram as 12 passas à meia noite? Pediram os 12 desejos enquanto as comiam? Parabéns para vocês. Eu não fiz nem um coisa nem outra. Primeiro porque não gosto de passas. Geralmente como Ferrero Rochers que me ofereceram no Natal (não 12, mas pronto). Segundo porque raramente me lembro de pedir desejos e, das poucas vezes que isso acontece, nunca tenho 12 para pedir. Não que não os arranjasse, mas já me parece rebuscado o Benfica ser campeão portanto não me vou dar ao trabalho de pedir para ganhar o Euromilhões sem jogar e afins. E como pedir é muito bonito, ficam 12 coisas que não se vão realizar em 2016, independentemente de as terem pedido ou não.

O final da crise

Esqueçam. A crise gostou do nosso clima, dos nossos pastéis de nata e das nossas 1001 receitas de bacalhau. Chegou, instalou-se e agora ninguém tira de cá. É como na Grécia. Deve gostar de climas solarengos. Se ela não se agravar já é uma sorte.

Bons programas na televisão portuguesa

É possível que alguém tenha pedido o final dos reality shows, dos programas de domingo à tarde, das novelas ou de qualquer programa que envolva o Pedro Guerra. Lamento, não vai acontecer. Reality shows dão audiências, programas de domingo dão dinheiro, novelas são um excelente enche chouriços sem que seja preciso pensar muito numa história e o Pedro Guerra... é o Pedro Guerra.

Portugal campeão europeu de futebol

"Vamos para vencer o Euro", "assumimo-nos como candidatos", "temos todas as condições para vencer", etc. São frases que ouvimos de 2 em 2 anos (adaptadas em altura de mundiais) e o mais próximo que estivemos de as ver concretizadas foi há 12 anos atrás quando perdemos com a poderosíssima Grécia. Esta é a eterna promessa que nos é feita todos os anos e a que se segue um conjunto de "justificações" deploráveis quando somos miseravelmente afastados da competição em questão. Os jogadores vão ver o Presidente da República, rumam à Portela com o discurso de sempre: "estamos confiantes, temos uma excelente equipa, mas isto é etapa a etapa". Chegam lá e falham a passagem do grupo, ou passam e perdem na eliminatória seguinte contra um dos colossos como a Rússia ou a Suécia. Voltam a Portugal, queixam-se do joelho do Ronaldo, da temperatura, do local onde estagiaram, das longas deslocações, dos croissants, do medo do Estado Islâmico ou das t-shirts não estarem bem passadas a ferro. Há sempre uma desculpa. Mas verdade seja dita que a culpa disso é dos adeptos que ainda acham possível um Éder ou um Nani marcar um golo ao Neuer ou o Rui Patrício conseguir defender um golo de um Benzema ou de um Muller. 

Ter um ano político estável

Dia 24 deste mês há eleições (e eu faço anos). Basta olhar para os candidatos para perceber que tudo é possível à excepção da estabilidade. Até porque todos nós sabemos que Belém vai ser ocupado pelo Marcelo nos próximos tempos. Vamos ouvir o PR todos os dias, seja a falar do quão bem está o seu Sporting de Braga ou a recomendar livros. De política se calhar não vamos ouvir tanto, mas também convenhamos que o comentário desportivo é bem melhor para as audiências.

Acabar com a guerra no mundo

Ainda há quem se aproveite deste cliché para pedir no início do ano? Sim? Então lamento desiludir-vos, mas isto é ainda mais improvável do que ver Portugal vencer o Euro. Vamos ver se nos entendemos: a guerra e as desavenças estão cá desde sempre. Olhem para o Caim que matou o próprio irmão. Quando Deus criou o mundo deve tê-lo achado chato e, não havendo playstation ou cinema, acabou por criar tudo isto na vida real. Assim, quando se cansa da seca que deve ser o céu, dá uma olhadela pela Síria e diverte-se. Além disso a guerra é uma excelente forma de propaganda para os Estados Unidos, que estão sempre a ajudar os mais desfavorecidos, uma fonte inesgotável de notícias para os media e uma forma de nos manter activos nas redes sociais.

Vender o Pizzi por mais de 14 milhões

É a notícia que mais comentários gerou ontem (ou talvez não): o Benfica faz mais um excelente negócio com o Atlético de Madrid e compra o restante passe do Pizzi por 8 milhões de euros. Sim, 8 milhões de euros o que, no total, prefaz 14 milhões pelo passe completo. 14 milhões. O Atlético não sabe fazer negócio. Pizzi, Jimenez, Roberto, Reyes vieram todos do Vicente Calderon e para lá mandámos jogadores péssimos como o Simão e o Oblak. Obrigada estrutura!

Vencer a Eurovisão

É como ganhar o Euro: impossível. Não só por todas as condicionantes, mas acima de tudo porque este ano Portugal nem participa. Uma pena. Portugal até costuma levar músicas tão boas.

Ganhar o Euromilhões

Tu, que estás a ler isto, não vais ganhar o Euromilhões. É triste, mas verdade.A menos que num dia apostes em todas as combinações, mas aí o Euromilhões não ia servir de muito. 

Emprego para toda a gente

Se são como eu e "arranjar um emprego" faz parte da vossa lista de desejos, tenham calma. Eu preciso mais. Não sei exactamente porquê, mas preciso. Antes que me surjam mais ideias ridículas. Tal como a crise, também o desemprego veio para ficar. Felizmente há os cursos super úteis do IEFP que se podem ir fazendo para passar o tempo. 

Portugal trazer um monte de medalhas dos Jogos Olímpicos

Isto do desporto é sempre igual. Vamos com as expectativas que temos para o Euro. O Nelson Évora traz as três medalhas no triplo, a Telma Monteiro ganha este ano, o Rui Costa vai ensiná-los a andar de bicicleta, a selecção de sub-21 vai dar cabo deles, e afins. Vamos sempre com as esperanças todas. Entretanto as coisas começam a correr mal. É uma queda no ciclismo, é uma derrota injusta na primeira eliminatória do judo, são as quenianas que correm muito depressa, é a eliminatória do peso que é na hora de estar na cama e assim sucessivamente. Com sorte um desconhecido consegue um bronze a dar um tiro num alvo a não sei quantos metros de distância e é o herói nacional. Chegados cá, a comitiva queixa-se de falta de apoio. E é assim de 4 em 4 anos.

Acabar com a kizomba

É com muita pena (mesmo muita) que vos digo que os ritmos do Anselmo e dos primos todos veio para ficar. Pelo menos mais uns tempos. Mas se sobrevivemos ao kuduro, também havemos de ultrapassar isto. Podia ser pior. Imaginem que o Agir inventa um novo género musical que envolve o que quer que ele faça, kizomba e um remix do "Bacalhau quer alho"?

Fazer as pessoas perceberem que as páginas são 366

Já todos vós tiveram vontade de estrangular as pessoas que publicaram qualquer porcaria que incluísse "página 1 de 365", ou fui só eu? É que, além de isso ser parvo, é estúpido. Amigos, o ano é bissexto. O que é um ano bissexto? É aquele que tem 366. Epa editem essas imagens no paint. Não é preciso um curso.

Então tenham um bom ano!

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