Blogal #8 - Um beijo à meia-noite

dezembro 08, 2020

 


Vamos começar pelo princípio (até porque o final já todos os sabemos depois de vermos a foto acima): a tradução do título para português tornou a pesquisa de imagens no google um problema. Aprendam a manter os títulos fidedignos.  

Este foi o filme mais desinteressante de todos e não é um filme de amor, pelo contrário. Não se por ser o último que vi, mas pareceu-me durar uma eternidade.

Mas passemos à história, que é para isso que cá estamos. Os nossos dois personagens principais são grandes amigos de infância e têm um programa de rádio juntos, numa rádio local. O programa é sobre coisas. Coisas no geral e coisas no particular. Na verdade, não percebo bem sobre o que é e percebo ainda menos como é que tem sucesso, mas tem.

Certo dia, são convidados para fazerem, à experiência, o seu programa numa rádio nacional e ficam felicíssimos. O programa é incrível, o pública adora e de repente são super estrelas da rádio. Ambos namoram com outras pessoas. Porque é que esta frase apareceu solta aqui no meio? Porque, apesar de ser uma informação relevante, é ao mesmo tempo totalmente irrelevante. 

Depois de tanto sucesso, o diretor da rádio nacional decide que eles devem continuar lá e até propõe que eles sejam as estrelas de um evento de final de ano (cujo cartaz é um modelo do Canva) em que vão apresentar os respetivos cônjuges às suas famílias. Sucede que, passados uns cinco minutos de eles dizerem que sim, ficam solteiros. Decidem então inventar que estão juntos e é essa a grande surpresa que vão fazer.

Escusado será dizer que é aí que se apercebem que, às tantas, estiveram 30 anos apaixonados um pelo outro, mas é preciso inventarem uma história para o descobrirem. Qual é o problema aqui? É que ele, ou é muito mau ator, ou está a fazer muito bem o papel de amigo que não está apaixonado. Ela apaixonadíssima e ele a dar para trás. Reparem que é assim o filme todo. Até no final quando ele lhe dedica uma música que compôs na escola. Nota-se a falsidade a milhas. A falsidade e a edição terrível na voz. Mas eles lá acabam juntos, apesar de ele mostrar zero amor por ela.

Agora a parte importante do filme, que certamente passará ao lado de muitos: há um momento, em que eles estão a falar, na sala de refeições do trabalho, e ele diz que não trouxe comida. Ela, um amor de pessoa, diz que trouxe sobras do jantar do dia anterior e ele podia comer. Ora, ele tira o tupperware do frigorífico e come aquilo. Assim. Nada de aquecer. Até se percebia, se fosse uma salada, mas era inverno e ninguém come saladas no inverno. Lá dentro dá para distinguir algo que parece arroz e alface. Ninguém mistura salada com alimentos que precisam de ser aquecidos, mas tudo bem. Ele come duas garfadas (adoro esta palavra) e volta a meter aquilo no frigorífico. Quando vi aquilo, a primeira pergunta que fiz mentalmente a mim mesma foi "onde é que ele meteu o garfo?". Voltei atrás. Meteu o garfo dentro do tupperware com a tampa mal fechada. Génio.

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