Obrigado por dizer obrigado

setembro 17, 2016
Fui só eu que já reparei que andamos a usar demais a palavra “obrigado”? Fui? Então se calhar é problema meu. Mas agora que falei nisto, pensem lá sobre o assunto. “É uma questão de boa educação”, dirão aqueles que estiverem a ler isto. Para mim, dizer obrigado por tudo e por nada chega a tirar significado à palavra. É um bocado como dizer muitas asneiras… quando estamos realmente chateados e soltamos um f… ou um c… já não vai saber ao mesmo. Posto isto, parece-me lógico falar de algumas situações em que é escusado agradecer.

Quando pedem aos pais ou amigos para vos passarem qualquer coisa à mesa São pessoas que vos conhecem bem e há anos. Poupem-se nas palavras que ninguém vai levar a mal. Com os meus pais nem “obrigado” nem “se faz favor” e ninguém reclama por não dizermos essas palavras. No tempo em que estive na faculdade e vivi com a minha prima (que não está a ler isto porque ele ignora tudo o que seja relacionado comigo) nunca se ouviu um “obrigado” a não ser que fosse a gozar. Alguma vez nos chateámos por causa disso? Nunca.

Quando acabaram de comprar qualquer coisa Talvez alguns considerem este ponto falta de educação, mas a mim faz-me confusão ir ao Continente e dizer obrigado à senhora que estava na caixa a fazer o seu trabalho e que me disse obrigado depois de eu lhe pagar. Digo-lhe bom dia, mas vou agradecer-lhe porquê? Por estar a fazer o seu trabalho? Então passo por um pedreiro na rua e vou também agradecer-lhe.

Agora não deixem de agradecer a uma pessoa que vos apanha a mala que caiu no meio do chão só porque eu digo para se pouparem nos obrigados. Agradeçam na mesma, mas parem de gastar a palavra. Qualquer dia estamos a agradecer a alguém que nos agradeceu e assim sucessivamente!

8 lições de vida dos filmes de terror

setembro 07, 2016

Quem me conhece sabe que não sou fã de filmes de terror porque se quiser ver sempre a mesma coisa, há muitas temporadas de CSI por aí. Mesmo assim, ao longo dos anos, fui vendo um filme aqui e outro ali. Escusado será dizer que nunca me assustei com nenhum porque a minha capacidade de prever o que se vai passar é incrível, mas mesmo assim tirei alguns ensinamentos para a vida que partilho convosco:

1. Não te surpreendas com o óbvio

Se estás numa situação assustadora e sabes que há um assassino atrás de ti, é mais que óbvio que eventualmente vais “esbarrar” nele. Se vires alguém morto no meio do chão, não fiques duas horas a olhar para uma pessoa que não podes salvar e corre antes que o assassino te apanhe. Se por acaso escolheres ficar a olhar para a pessoa morta no chão, não te espantes quando olhares para trás e vires os bonitos olhos do assassino. É uma coisa que as personagens de terror fazem recorrentemente sendo que o assassino devolve esse olhar e há ali um momento quase ternurento de constatação do óbvio.

2. Carrega o telemóvel antes de saíres de casa

Parece uma coisa básica mas há quem não o faça. Se têm 5% de bateria, nem levem o telemóvel (a menos que seja um 3310) porque não vão conseguir ligar para o 112 quando alguém aparecer à vossa frente com uma faca pronta a cortar-vos a garganta. Claro que, nos filmes de terror, mesmo que haja bateria, não há rede nem que andem quilómetros e quilómetros, mas quero acreditar que na vida real há rede em mais lugares.

3. Mete pilhas na lanterna

Quem nunca encontrou um túnel no meio do nada, decidiu explorá-lo mas de repente ficou sem pilhas na lanterna desdobrável que trazia no bolso das calças? Se andares com uma lanterna, leva pilhas. É um conselho para a vida.

4. Vê onde metes os pés

Imagina que estás a fugir de alguém armado/a em Usain Bolt. É boa ideia para de olhar para trás e olhar antes para aquele ramo estrategicamente bem colocado para te fazer cair e te deixar no chão a gritar durante meia hora à la João Moutinho.

5. Não vás sozinho/a a sítios assustadores

Este é daqueles como “não fales com estranhos” ou “olha sempre para os dois lados da passadeira”. É óbvio mas o pessoal dos filmes de terror continua a cometer este erro uma e outra vez. É incrível como é que alguém pensa que é melhor ir sozinho a um sítio assustador do que acompanhado.

6. Se fores em grupo, não te separes

Decorrente do ponto anterior, chega-nos a estupidez ao mais alto nível. “Ui, esta casa é capaz de ter uns dois quartos, uma casa de banho, uma cozinha e uma sala. Se calhar é melhor cada um de nós ir ver uma divisão para ver se despachamos isto mais depressa”. É assim que eles pensam e é por isto que no final acabam todos mortos.

7. Não vás a sítios assustadores à noite

“Precisava mesmo de ir àquela casa abandonada no meio do nada procurar pistas sobre o vilão desta história, vou esperar por amanhã de manhã quando se vir alguma coisa”, disse nenhuma personagem de um filme de terror. Sim, porque ir aos lugares de que se tem medo durante o dia é para os fracos. Onde é que anda o sentido de aventura das pessoas normais?

8. Tenham noção

Ó amigos, se estão mortos, não tentem fingir que estão vivos. Não é assim tão complicado perceber que são fantasmas. Os fantasmas não conseguem mover objectos (só se for com a mente, mas calculo que seja necessário um nível alto de fantasmagorice para o fazer) nem fazer-se ouvir entre os humanos. Se têm assuntos por resolver vão procurar a Jennifer Love Hewitt ou apareçam quando vos chamam no jogo do copo.