Se o tempo é dinheiro...

março 23, 2018
Certamente já vos aconteceu dezenas de vezes ficar à espera de alguém (se não vos acontece regularmente é porque são vocês que fazem esperar e, nesse caso, é melhor pararem de ler por aqui porque não vão concordar com nada do que se segue). Se, como eu, estão fartos de esperar 10 ou 15 minutos como se isso fosse aceitável, juntem-se a mim nesta luta.

Esta brincadeira de as pessoas se atrasarem constantemente e ainda se congratularem quando chegam a horas pela primeira vez na vida tem de acabar. "Como?", perguntam vocês. É simples: é preciso que se aprove uma lei que ponha em prática o antigo ditado "tempo é dinheiro" e multe quem faz o outro perder tempo (e, por conseguinte, dinheiro). Se isto for para a frente e tiver efeitos retroactivos eu sou milionária neste momento sem o saber.

E como é que isto se aplicaria? É aqui que tudo se torna mais difícil mas não é nada que um aparelho vindo de um episódio de Black Mirror não resolva. Não me peçam é para o desenhar que eu sou de letras. Claro que é preciso estabelecer níveis de atraso consoante vários factores e, por isso mesmo, fiz um esquema bastante elucidativo daquilo que pretendo:


Pode parecer que eu estou a sugerir isto apenas para proveito próprio mas esta medida é um ciclo mais eficiente que o da água, senão vejamos: parte das multas seria para o estado (como tudo na vida) o que faria a nossa economia crescer. Depois de gastarem o seu dinheiro em multas, as pessoas pensariam duas vezes antes de se atrasarem o que tornaria todas as empresas mais eficientes fazendo a nossa economia crescer mais uma vez. É possível que o problema deste país seja a aceitação mútua da falta de pontualidade.

Dia do pai

março 19, 2018
Conhecem aquele jogo em que alguém diz uma palavra e vocês têm de adivinhar uma música que tem essa palavra? Super divertido, eu sei. Devem estar a pensar: "o que é que isto tem a ver com o dia do pai?". À partida nada, mas não desistam já de mim (se é que não desistiram logo na primeira frase).

O meu pai é o campeão desse jogo e nem precisamos de estar a jogá-lo. Muitas vezes estamos a conversar e, a partir da palavra mais aleatória, ele começa a cantar uma música que nem eu nem a minha mãe alguma vez ouvimos. Uma vez estava a ver o Benfica e o comentador falou no Eliseu (ah, as saudades desse craque) e ele começou a cantar uma música para o Eliseu. Se isto não é um dom, não sei o que será!

Isto é o mais próximo que o meu pai terá de uma publicação nas redes sociais e, tal como aconteceria nesse caso, ele não vai ler isto.

Tudo soa melhor (e mais caro) em inglês

março 11, 2018
No outro dia ouvi falar sobre a National Geographic Summit e fiquei fascinada ao perceber que os bilhetes para este evento custam até 75€. Sabem qual é o significado de summit? Conferência. Mas conferência é uma palavra sem encanto e que não nos faz querer pagar para ouvir pessoas a falar sobre coisas. 

Isto começou tudo com a Web summit e está a alastrar-se. Qualquer sítio onde haja umas pessoa a falar em inglês sobre temas interessantíssimos dos quais a audiência não percebe nada é uma summit.

Há uns anos atrás esta palavra não existia. Nos tempos de faculdade organizámos conferências que, se tivessem summit no nome, talvez tivessem rendido qualquer coisa. 

O estranho momento de acabar uma conversa

março 04, 2018
Já todos nós passámos por aquele momento em que não temos mais nada para dizer (ou escrever, neste caso) mas não sabemos como dizer isso mesmo à pessoa com quem estamos a falar. Criam-se ali uns instantes de embaraço para ambos os lados do teclado porque a outra pessoa também não quer dizer mais nada e, muitas vezes, até deseja fervorosamente que não digamos nada. As soluções encontradas passam pelo envio de um smile ou emoji ou até ignorar a mensagem não correndo o risco de a ver. 

Eu proponho algo muito mais inovador e que tenho vindo a pôr em prática há alguns anos com uma pequena amostra de indivíduos. Imaginem este cenário: estão trocar mensagens com uma pessoa e de repente apercebem-se que aquela conversa não vai a lado nenhum e não estão em condições de começar uma nova. Em vez de optarem por um emoji  a rir, experimentem um "não tenho mais nada a dizer sobre isto". A outra pessoa fica com a sensação que o problema não é ela estar a ser desinteressante mas sim o facto de vocês serem intelectualmente limitados e não conseguirem continuar o diálogo. É possível que uma parte da população leve a mal, mas ninguém vos pode condenar por falta de honestidade.

Novo mês, novas manias

facebook março 01, 2018
A expressão que dá título a isto, e que eu inventei agora mesmo, devia entrar em vigor para todos os aspectos ridículos da nossa sociedade. Num mundo perfeito este tipo de manias nem se aguentariam mais de dois dias, mas temos de aceitar que o ser humano é imperfeito e estabelecer metas possíveis. 

Para quem ainda não faz ideia do que é que eu estou a falar, permitam-me que vos elucide: 


Só quem não entrou no facebook nos últimos tempos poderá estar alheio à imensidão de imagens de pessoas com a sua suposta aparência se tivessem nascido com um cromossoma diferente. Eu sei que cada um faz o que quer na sua página mas isso não implica que eu não possa avisar essas pessoas de que estão a ser ridículas. É serviço público. De nada.