Eu aguardo, tu aguardas, todos aguardam

música janeiro 26, 2018

Os bilhetes para os U2 esgotaram numa questão de minutos. Eu sei porque era o número 32 mil e qualquer coisa na fila da blueticket e passado pouco tempo já aquilo estava estagnado. É justo. Afinal eu dormi todos os dias no conforto da minha cama enquanto os verdadeiros fãs (também apelidados de malucos) acamparam à porta de lojas desde domingo. Se fossem adolescentes à espera de um concerto do Justin Bieber eram loucas, mas como são adultos à espera de ver uma das melhores bandas de sempre, são heróis. Dir-me-ão que a diferença está na música produzida por cada um. Certo, mas então e aquela história de "os gostos não se discutem"? É possível que ter descrito os U2 como "uma das melhores bandas de sempre" já deixe antever que de facto, para mim, os gostos se discutem. 

Entretanto foi anunciada uma nova data e os bilhetes serão postos à venda na próxima sexta-feira. Quem gosta de acampar, tem aqui um bom petisco. É uma espécie de campismo diferente daquele a que estamos habituados mas também tem aspectos positivos: como é na cidade, a probabilidade de começarmos um incêndio é quase nula até porque não há lugar nenhum onde fazer fogueira. Na Decathlon há tendas a partir de 20€ se estiverem interessados. 

Mas esta é também uma excelente oportunidade para fazer negócio como aguardador. E o que é um aguardador? É uma pessoa que aguarda. A pessoa interessada em comprar o bilhete contacta o aguardador e pede-lhe que vá para a fila de determinada loja aguardar. Chegadas as 10 horas do dia 2 de fevereiro, a pessoa que contratou o aguardador chega à loja e compra o bilhete sem qualquer chatice. Para quem quer fazer carreira nisto não vai ter melhor oportunidade do que esta para se destacar dos demais. Eu, se estivesse à procura de um aguardador, gostaria de ver no seu currículo que aguardou com êxito por um bilhete para os U2. É uma oportunidade única sobretudo para sem-abrigos que estão a facturar sem alterarem a sua rotina diária. Eu não invisto nisto porque já tenho compromissos na próxima semana.

Auto-entrevista

janeiro 24, 2018
Jessica Mendes é, actualmente, uma das melhores bloggers deste país mas ainda ninguém o descobriu. Amante do Benfica, consumidora assídua de séries e fã da Eurovisão, a jovem, que hoje completa 25 anos mas continua a ser confundida com miúdas de 16, junta-se a mim para uma auto-entrevista de 25 questões (cuja ideia base não é de maneira nenhuma copiada) que promete ser bastante interessante.

Antes de mais, obrigada por ter aceitado o meu convite Jessica. Comecemos por uma pergunta básica: como é que se define?

De nada Jessica, é um prazer e deixe-me desde já congratulá-la pelo uso correcto do particípio passado do verbo aceitar neste caso específico. Respondendo à sua questão: sou uma pessoa, apesar de às vezes haver quem duvide disso, com pouco mais de metro e meio, cabelo quase preto que uns dias é mais ondulado que outros e com uma doença prolongada chamada ser do Benfica.

Qual a sua maior qualidade?

Ser pontual.

E o seu maior defeito?

Ser pontual.

Já aprendeu a não chegar às horas marcadas quando combina qualquer coisa com amigos que chegam sempre atrasados?

Seria de esperar que sim, mas a verdade é que não consigo. Penso sempre "é desta que ele/a vai chegar a tempo" e apresso-me para sair de casa. A meio do caminho perco a esperança e começo a tirar o pé do acelerador. Consigo chegar ligeiramente atrasada mas ainda tenho de ficar à espera.

Qual a pergunta mais estúpida que já lhe fizeram?

Várias, mas a mais recorrente é "só tem dois nomes?" quando me pedem o nome completo para qualquer coisa. Talvez eu tenha cara de estúpida mas sei perfeitamente o que quer dizer "nome completo" e, se respondo apenas Jessica Mendes, é porque esse é o meu nome completo. Parece ridículo, eu sei, mas em quantos países é que as pessoas têm quatro nomes como cá?

Por falar no seu nome, gostaria de saber porque é que o escreve sem acento.

Excelente questão Jessica, curiosamente é uma das que ninguém me faz. É uma história (nada) engraçada. Quando eu nasci os meus pais ainda não tinham escolhido o meu nome e Jessica não era propriamente comum na altura. Quando me foram registar, quem quer que tenha escrito o nome na cédula de nascimento esqueceu-se do acento, o que fez com que eu tenha aprendido a escrever o meu nome assim. Quando fiz o primeiro BI reparei que, de facto, estava lá um acento mas nem liguei e continuei a escrever o meu nome como sempre. É um bocado como o acordo ortográfico: uma pessoa começa por resmungar mas depois habitua-se e desiste de dizer aos outros qual a forma correcta.

Ainda bem que falou no acordo ortográfico. Noto que não é algo que adopte frequentemente.

Não. Sempre que posso escrevo os "cês" todos, ainda que os ache inúteis. Há certas ocasiões em que não tenho outra opção e, como o word corrige automaticamente tudo, acabo por aceitar exceptuando caso estúpidos como "pára". Mas isto é mais teimosia que outra coisa porque realmente as letras retiradas, na maioria dos casos, não acrescentam nada à palavra. 

Passemos a um conjunto de perguntas mais pessoais, para a conhecermos melhor. O que é que faz de si única?

Não gosto de café. Só aqui já me insiro num pequeno grupo mas ainda junto a isto o facto de também não gostar de cerveja, pizza ou qualquer coisa que se venda no McDonald's à excepção dos gelados e das batatas.

Qual foi a melhor compra que já fez?

Um pack de 24 bolas de natal douradas por 0.75€.

Qual é a coisa mais incrível que consegue fazer?

A parte do Angélico na música "Para Mim Tanto Me Faz".

Por falar em música, a Jessica diz constantemente mal da Eurovisão. Porque é que continua a ver?

Excelente questão, Jessica. Curiosamente faço-a bastantes vezes a mim mesma e ainda não encontrei uma resposta.

Ainda dentro da temática musical, quais as estações de rádio que tem sintonizadas no carro?

A Renascença (porque às vezes lá calha ter de ouvir o relato da bola), a Comercial (não sei bem porquê), a M80, a 94 e a RCM (que são rádios locais de qualidade duvidosa) e a Antena 2 porque de vez em quando também sabe bem ouvir música.

Diz-se uma má condutora. Como é que nunca teve um acidente ou recebeu uma multa?

Receber uma multa é uma formulação que dá a sensação de uma multa ser uma prenda. A verdade é que não sei a resposta para nenhuma das duas.


O que é que mais a irrita?

Essencialmente pessoas, mas não descarto as irritações provocadas por outros seres vivos e inanimados.

Pode dar um exemplo específico?

Claro. Aquelas pessoas que se referem a sapatilhas como ténis ignorando o facto de ténis ser um desporto.

Qual das estações de Fátima fica mais próxima de Fátima?

Finalmente há alguém que me questiona sobre isto. De facto há duas estações da CP com Fátima no nome: uma em Chão de Maçãs e uma em Caxarias. Nenhuma delas é próxima de Fátima. A primeira que referi nem sequer fica no mesmo concelho. Segundo o google maps, a de Chão de Maçãs fica a 28.6km do santuário de Fátima e a de Caxarias fica a 24km. Até eu vivo mais perto.

Que conselhos dá a quem está a começar agora um blogue?

Quero acreditar que ninguém que queira começar um blogue está a ler isto, a menos que procure o que não fazer. Dito isto, se tivesse conselhos desse género não teria este blogue.

O que é que levava para uma ilha deserta?

Um barco.

Arrepende-se de alguma decisão que tomou?

Não estou a contabilizar, mas de quase todas.  

Se fosse uma celebridade, acha que alguém dava o seu nome como resposta à pergunta "com que celebridade gostaria de jantar?"

Acredito que não. Já jantei várias vezes comigo própria e sei que é desagradável.

E você? Com que celebridade gostaria de jantar?

A maioria das pessoas dirá que eu não gosto de ninguém mas tal afirmação está longe de ser verdade. De facto não sou fã de muita gente, mas há meia dúzia de pessoas que serviriam de resposta para esta pergunta. Sendo assim deixava que alguém se encarregasse disso e eu escolhia só o sítio do jantar para não acabar num daqueles restaurantes onde os olhos comem e o estômago fica com fome.

Reparei que ocasionalmente escreve sobre política sem abordar nada a fundo. É apoiante de algum partido político? 

Não, nem é um tema de que perceba. Ideologicamente identifico-me mais com a esquerda mas não com um partido em específico. Não consigo sequer conceber a ideia de alguém apoiar um partido como se apoia um clube de futebol, por exemplo. Pode não parecer mas eu tenho plena noção de que a política é muito mais importante que o futebol. É certo que o Benfica me deixa triste ou contente mas não cria empregos nem faz o poder de compra dos portugueses subir. Eu aceito as falhas do Benfica mas não consigo aceitar as falhas no programa de um partido. Ter o Varela na baliza do Benfica e o André Almeida na direita dá-me cabo do sistema nervoso mas ter uma medida num programa político que se equipara ao Varela ou ao André Almeida é bastante pior. Como ainda está para ser criado o partido perfeito, vou manter-me neutra nisto da política e vou votando no que me parece menos mau.

O feminismo é um dos temas mais discutidos na actualidade. Considera-se uma feminista?

Hoje em dia penso que não. O meu feminismo passa por querer que as mulheres recebam o mesmo que os homens se desenvolvem o mesmo trabalho, passa por ver as mulheres com as mesmas oportunidades que os homens quando se trata de liderar um empresa ou por não ser olhada de lado de cada vez que faço uma piada (porque isso parece estar reservado apenas para os homens). Em suma, gostava que os homens e as mulheres fossem tratados como humanos. Não me interessa ter um cartão de cidadania, um tribunal europeu dos direitos da mulher ou que todas as pessoas sejam obrigadas a começar um discurso com "boa tarde a todos e a todas" e estas parecem-me ser as lutas feministas de hoje em dia. Acho que vivemos uma fase de feminismo excessivo em que as mulheres já não querem a igualdade mas sim a superioridade e isso não me interessa.

Não quero que entre num modo sério por isso parece-me o momento certo para esta pergunta: o que é que pode faltar na sua festa de aniversário?

Aqueles balões da moda com os números da idade. Não só pode faltar, como deve. Agora deixe-me só esclarecer que eu estou sempre em modo sério. Nada do que se escreve neste blogue é escrito "a brincar" apesar de as temáticas poderem indicar isso mesmo.

Gostava de ter 25 anos para sempre?

A pergunta está mal formulada e interessa portanto esmiuçá-la para que possa responder com conhecimento total de causa. "Para sempre" significa "até ao fim dos tempos" ou "até ao fim da minha vida"? Ficar com a mesma idade implica também ficar com o corpo neste estado ou poderia ter 25 anos mas um corpo de 70? 

O que é que dizem os seus olhos?

Tento ao máximo que, num sentido literal, não digam nada. Num sentido figurado também tento mas há ocasiões (muito más ou muito boas) em que até eu deixo escapar uma lágrima. Ainda assim creio que a minha reputação de insensível está intacta.

Muito obrigada pela entrevista. É sempre um prazer falar consigo.

Ora essa, eu é que agradeço. Fez perguntas muito interessantes. Espero que não se note que isto é uma junção de restos de ideias que não iam a lado nenhum.

Missão impossível 6: as calças

roupa janeiro 16, 2018
Há uns dias exprimi no twitter a minha revolta para com as calças da moda. Julgava estar sozinha no mundo até esse momento. Ao que parece este é um problema que afecta uma parte significativa da população (ou talvez eu esteja a hiperbolizar a questão). 

No domingo fui ao shopping com o único objectivo de comprar umas calças de ganga escuras. Estando em altura de saldos, achava que o meu maior problema seria encontrar o meu tamanho. Estava enganada. Havia o meu tamanho! O que não havia era calças normais. Vai sair um novo filme da saga Missão Impossível e, se o Tom Cruise quisesse realmente fazer jus ao nome do filme, tinha vindo comigo.

Entrei em sete lojas diferentes e não encontrei o que queria. Não sei se se lembram mas há uns tempos havia as chamadas calças de ganga elástica, hoje em dia há calças de elástico que aparenta ser ganga. Experimentei umas dessas porque, segundo consta, "é o que as pessoas usam hoje em dia, é muito confortável". Não é. Aquilo é tão apertado que se eu as usasse durante um dia chegava à noite com os pés roxos porque o sangue não conseguia passar das coxas para baixo.

Mais: quando é que passou a ser aceitável produzirem-se calças de ganga sem bolsos? Pensava que era uma parte indispensável. E para quê as pérolas e os bordados? Isso usava-se quando eu era criança e já na altura era feio. Outra coisa que me incomoda (e notem que vou ignorar a estupidez que são os rasgões) são as bainhas, não só porque a maioria são demasiado curtas para pessoas mais altas que eu, mas sobretudo porque a moda agora é não ter bainhas. Pagamos o mesmo por uma peça que nem sequer está acabada. 

 

Eu, que tenho uma certa aversão em passar mais de cinco minutos dentro de uma loja a ouvir música foleira mais alto do que desejaria, acabei por ser derrotada pelas imposições da moda de hoje em dia e trouxe umas calças sem bainha sabendo que me ficam grandes e portanto vão ser acabadas pós-compra. Mas, em jeito de pedido, deixo aqui um apelo para que esta brincadeira acabe e se façam calças que não sejam adaptações de leggings e que não impliquem rasgões, bordados ou quinquilharias espalhadas pela ganga. Já agora acabem também com essa estupidez do pêlo.

10 situações que só acontecem nos filmes

filmes janeiro 13, 2018

Não sendo eu grande amante de cinema, sempre que vejo um filme dedico-me a procurar falhas mínimas para tentar não adormecer ao fim de 10 minutos. Ao longo do tempo tenho reunido um bom lote de acções que fazem com que até os filmes baseados em histórias verídicas sejam puras obras de ficção uma vez que, na vida real, há certas coisas que nenhum de nós faz e que nunca acontecem, senão vejamos...

1. Nunca há duas personagens com o mesmo nome

Parece impossível quando, só em Portugal, há centenas de homens chamados João. Eu não tenho muitos amigos (e é compreensível o porquê de isso acontecer) mas ainda assim consigo ter duas amigas chamadas Andreia e duas chamadas Sara. Falta de imaginação.

2. Os carros têm bateria infinita

Não sei já vos aconteceu esquecerem-se de desligar as luzes do carro. Passadas umas horas ele acaba por ficar sem bateria. Em Hollywood as coisas funcionam de forma diferente: sempre que alguém (geralmente a perseguir um assassino e com um carro que faz bastante barulho para ele perceber que o seu perseguidor chegou) chega a algum lado, sai do carro e deixas as luzes ligadas que assim até ajudar a iluminar o caminho e, demore o tempo que demorar, quando regressa o carro está impecável.

3. Nunca se fecham os carros

Decorrente de ponto anterior temos este. Os EUA até podem ter uma taxa enorme de criminalidade mas é preciso confiar nas pessoas. A minha memória não é lá grande coisa, mas nunca me lembro de ver uma chave de um carro num filme. Chega-se, fecha-se a porta e 'tá a andar. Também gostava de fazer isso, mas tenho o péssimo hábito de não confiar nas pessoas.

4. Toda a gente pratica artes marciais

Baixo, alto, magro, gordo, homem ou mulher. Não importa porque toda a gente luta de forma exímia. Eu aprendi judo nas aulas de educação física. Tive 14 no final do 12.º ano. Foi a minha nota mais baixa a par de geografia e deu-me cabo da média. Isto é um facto, à partida irrelevante, mas de uma extrema relevância caso eu fosse actriz porque me excluía à partida de todos os filmes que incluíssem uma cena de pancada. *ó Jessica mas quem faz essas cenas são os duplos* sim, e então? Partindo desse princípio em que outro contexto é que eu ia falar nas minhas notas do 12.º ano?

5. As pastas de dentes têm uma fórmula diferente

Ou então sou eu que não sei lavar os dentes. Não sei se vos acontece o mesmo mas eu fico com uma espuma na boca e à volta que às vezes acaba também na roupa. Eles não têm espuma e nem precisam de água, o que acaba por fazer algum sentido porque se pagaram pelo produto deviam saboreá-lo. Já me debrucei a este assunto aqui.

6. Há esperança depois de alguém levar um tiro na cabeça

Tudo bem que num filme é possível sobreviver a qualquer coisa, mas quando uma pessoa levou com 13 tiros e 24 facadas não é preciso ir lá ver se o coração está a bater porque a resposta é óbvia. 

7. Há uma escola para formar ladrões

Sou da opinião que um ladrão (daqueles que não estão sentados na assembleia da república ao quente) também precisa de formação e nos EUA parece haver uma das melhores escolas para tal. Toda a gente consegue abrir portas com ganchos do cabelo ou cartões. E toda a gente tem sempre um gancho ou um cartão pronto a utilizar. Isto não só torna o roubo mais silencioso como é um descanso para os assaltados que poupam no arranjo da porta.  

8. Há sempre bar aberto

Ir a um bar e pagar a sua bebida? Isso são manias europeias. Em Hollywood as pessoas quase são pagas para beberem. Depois admiram-se de haver tantos alcoólicos. 

9. A electricidade é barata

Enquanto a nossa factura da electricidade não pára de crescer, nos EUA não pára de descer. Cá em casa temos por hábito reclamar com quem se esquece de apagar luzes mas nos filmes é ao contrário: as pessoas vão-se deitar e deixam candeeiros acesos. Eu nunca vi nenhuma casa com tantos candeeiros como as dos filmes, inclusive, os poucos que tenho nunca são acesos.

10. É possível aguentar horas debaixo de água

Já fizeram aquele exercício de ver se aguentam tanto tempo sem respirar como uma personagem que está debaixo de água? Se já, devem ter reparado que, depois de vocês desistirem, ela ainda aguenta mais uns minutos. Não há uma explicação científica para isto mas eu acredito que os actores que desempenham estes papéis são sereias (qual é o masculino de sereia?) e as pernas que vocês vêem são manipulação.

P.S. Na procura de imagens para ilustrar este texto deparei-me com vídeos que ensinam a abrir portas com cartões. O meu cartão de estudante expirou no final do ano portanto talvez dê uma oportunidade a esta carreira.

Breves considerações sobre os globos de ouro

séries janeiro 09, 2018
Há quatro coisas que me andam a incomodar desde o momento em que vi a lista de nomeados.

1. "Get Out" estava nomeado para, e cito, Best Motion Picture - Musical or Comedy o que me incomoda um pouco na medida em que eu vi o filme no outro dia e, não só me escaparam as músicas como também não vi qualquer réstia de comédia. Se calhar vi um "Get Out" diferente. Já não se pode confiar em torrents.

2. Em que mundo é que a Shailene Woodley têm um papel secundário em "Big Little Lies"? Pareceu-me aparecer tanto quanto a Nicole Kidman e a Reese Witherspoon, mas já não é o primeiro ano que este tipo de dúvidas me ocorre.

3. A Chrissy Metz estava nomeada para Best Performance by an Actress in a Supporting Role in a Series, Limited Series or Motion Picture Made for Television enquanto o Sterling K. Brown ganhou o globo de Best Performance by an Actor In A Television Series - Drama. Mais uma vez, qual a diferença entre os papéis dos dois em "This is Us"?

4. Como é que se define uma série "normal" e uma mini-série? É uma dúvida séria um vez que o  poço de sabedoria que é o google não me esclareceu na totalidade. Reza a lenda que uma mini-série tem princípio, meio e fim tudo na mesma temporada e num curto número de episódios, ao contrário das séries tradicionais que são feitas para durar uma eternidade. Ora bem, a Nicole Kidman e a Reese Witherspoon de  "Big Little Lies" e a Jessica Biel de "The Sinner" foram nomeadas para Best Performance by an Actress in a Limited Series or a Motion Picture Made for Television enquanto a Maggie Gyllenhaal de "The Deuce" foi nomeada para Best Performance by an Actress in a Limited Series or a Motion Picture Made for Television. The Sinner teve 8 episódios e não foi renovada, "Big Little Lies" teve 7 episódios e foi renovada e "The Deuce" teve 8 episódios e foi renovada. Estão a ver onde eu quero chegar? Para mim eram todas nomeadas para o mesmo.

Deixem-me que vos diga que os globos de melhor série dramática e melhor actriz em série dramática foram muito bem atribuídos a "The Handmaid's Tale" e à Elisabeth Moss. Isto não apaga o facto de terem ignorado Mr. Robot mas ajuda.

3 anos disto

janeiro 07, 2018
É possível que vos esteja a passar ao lado a data que hoje se celebra e é por isso que estou cá para vos relembrar. Este blogue celebra três anos. Isso é importante? Não é, mas pareceu-me interessante assinalar a data dizendo tudo o que está a falhar neste projecto.



"Felizmente este blogue continua sem chegar a lado nenhum, o que me faz ter alguma fé nos portugueses" (estou a citar-me a mim mesma, não sei se perceberam). Quando me disseram para criar um blogue juraram-me que, com tempo, eu ia enriquecer com isto. Talvez não tenha passado tempo suficiente mas até agora não vi um cêntimo (e terem o adblock activado também não me ajuda).

Começo então a pensar que a culpa será minha por diversas razões. Começamos pelo óbvio que é o tema do blogue. Há uns tempos perguntaram-me para quem é que escrevo estas coisas. Disse que era para mim e notei um olhar surpreso na cara de quem me perguntou que não consegui perceber. Se calhar esperava que eu respondesse qualquer coisa como "é para os meus queridos leitores". Não é. É porque eu gosto de escrever parvoíces. A mesma pessoa disse-me de seguida que se riu bastante com algumas das coisas que tinha lido. Essa é a melhor recompensa (a par dos 7€ que tenho no adsense), mas continua a ser egoísmo. Não me julguem melhor pessoa do que sou porque a minha única qualidade é ser pontual.

Talvez devesse escrever sobre lyfestyle, publicar fotos dos meus outfits of the day e meter fotos no instagram cheias das hashtags da moda. Sucede que eu não percebo nada de moda e só uso o instagram de milénio a milénio. Notem que não estou a criticar quem opta por seguir este caminho no mundo dos blogues, no máximo critico as pessoas que dão dois erros ortográficos em cada palavra ou as que acham que podem usar a pontuação como quiserem porque o Saramago também fazia frases de 20 metros e mesmo assim ganhou o Nobel. O que se passa é que tenho inveja porque adorava receber roupa sem ter de a pagar.

Em jeito de "presente de aniversário" podia dizer-vos que, a partir de agora, podem esperar duas publicações por semana com muita qualidade mas não o faço porque sei que não vou cumprir (até porque a palavra qualidade está incluída na promessa). Assim, hei-de continuar com esta brincadeira apenas quando me sentir inspirada (já a antever que não seria o caso do dia de hoje, escrevi e agendei este texto com a devida antecedência) até que me comecem a pagar. Aí arranjo inspiração a qualquer altura! 

O balanço que vos estava a fazer falta

filmes janeiro 03, 2018
Então? Já fingiram muitas vezes que achavam piada à frase "ainda não te tinha visto este ano"? Óptimo. Agora que já toda a gente fez o seu balanço de 2017, parece-me o momento ideal para fazer o meu.

Felizmente este blogue continua sem chegar a lado nenhum, o que me faz ter alguma fé nos portugueses. Ao longo do ano escrevi 55 coisas e, entre a grande maioria (que caiu no esquecimento), há algumas que se destacaram e, por isso mesmo, tomem lá o top 10 das mais vistas (aquelas em que carreguei mais vezes no F5 portanto):

10. A playlist para quem nasceu nos anos 90: isto deu mais trabalho do que alguma vez poderão imaginar.

9. Todos os polícias deviam ter um renault clio: dos meus melhores raciocínios enquanto vejo notícias.

8. Questões que assolam a humanidade #23: a rubrica mais fantástica cá do sítio a marcar presença.

7. Citemos Xutos correctamente: isto foi puro serviço público. Que venham mais e mais pessoas ler este texto.

6. Expressões parvas usadas pelos portugueses: há muitas mais de onde vieram estas.

5. Porque é que eu nunca serei famosa: conheço várias pessoas que leram mesmo isto e se identificaram.

4. Agora vai ser sempre a descer: aquele que eu elegeria como o momento do ano se fosse pessoa de fazer essas coisas. Acabei de o fazer, não foi?

3. Uma questão de civismo: um dos últimos posts do ano e, modéstia à parte, um dos grandes textos filosóficos da era moderna.

2. Conjugação do verbo estar: tenho um orgulho enorme no facto de isto estar em segundo lugar uma vez que me faz acreditar que estou a ensinar às pessoas como é que se conjuga um dos verbos essenciais da nossa língua.

1. 5 ideias de negócio para a vinda do papa: no primeiro lugar está, surpreendentemente, um post não tão interessante como muitos outros mas as estatísticas não mentem.

Agora um breve resumo do meu ano literário e dos livros de que mais gostei:



Muito bem, passemos para o cinema. Vi bastantes filmes lançados no ano passado portanto, se não quiserem ler a lista completa, podem avançar que eu não me chateio.

Life
Okja
What Happened to Monday
Stronger

Os mais atentos perceberão que há aqui três filmes com algo em comum e um outsider. O meu preferido? Sinto que não gostei imensamente de nenhum portanto assim de repente elegeria as entrevistas de promoção do "Life" como preferido.

Passemos à categoria final: a das séries. 634 episódios depois, eis o que eu tenho a dizer sobre as melhores, as piores e as outras todas.

Resta-me acabar com o meu grande desejo para 2018: que as pessoas aprendam que "top" é um substantivo e não um adjectivo. Feliz ano novo!