"O meu negócio é melhor que o teu"; "Não, o meu é que é"

Benfica dezembro 30, 2015
Não se fala em mais nada. Já nem se fala de futebol. O que importa são os milhões que a NOS e a MEO pagaram pelos direitos de transmissão dos jogos de Benfica, Sporting e Porto. Primeiro apareceu o Benfica com 400 milhões. Chega e o Porto e bam 457 milhões. Vem o Bruno dizer que o Sporting não estava em saldos e no dia seguinte já se fala em 515 milhões. Se houvesse mais "grandes" em Portugal, continuávamos nisto infinitamente.

Qual foi o melhor negócio? Onde é que os adeptos vão ver os jogos? São as duas perguntas que mais se têm feito nos últimos dias. Na verdade não podia querer saber menos disto. Primeiro porque milhões não me servem para nada se o Benfica continuar a apresentar o futebol miservável com que nos tem presenteado. Segundo, porque os negócios não mudam nada quanto a canais onde ver a bola. A internet continua a existir para todos quantos são Inácio, como eu.

Mas, agora a sério, quem é que fez o melhor negócio? Parece ser unânime que foi o Benfica. Apesar de ter o valor mais baixo, o negócio com a NOS inclui apenas a BTV e os direitos de transmissão dos jogos do Benfica em casa. Já os outros dois negócios incluem publicidade estática nos estádios e patrocínios nas camisolas (patrocínios esses que o Benfica tem assegurados por 3 anos com a Emirates). Além disso o negócio do Benfica é por 3 anos com a opção de renovação até 10. Melhor do que ler as minhas explicações, é ver a tabela abaixo:


Então como é que um adepto Benfiquista que é assinante da MEO vai ver o Benfica? Há três opções: muda para a NOS, vai para o café ou passa a ser Inácio. Isto numa  perspectiva mais simplista. Numa versão mais séria parece haver duas opções:

A criação de um novo canal desportivo abrangido pelas duas operadoras (o que me parece bastante bem caso me ofereçam um emprego);

A compra de jogos por assinantes de outra operadora. Portanto o adepto Benfiquista assinante da MEO iria comprar os jogos que queria ver, um por um, como acontece noutras ligas.

Sucintamente parece ser isto. O Benfica joga mal, mas fez um bom negócio. Isso é que interessa. 

It's Christmas Time!

natal dezembro 24, 2015
Este texto foi escrito ontem porque a esta hora eu estou a fazer uma de quatro coisas:

Fazer doces/bolos;
Comprar aquele ingrediente que falta para o doce/bolo;
Embrulhar as últimas prendas;
Distribuir prendas.

Sim, porque o dia 24 é sempre uma correria. Sobretudo se o jantar for cá em casa (o que não acontece há algum tempo para bem das minhas costas e pernas).

De qualque das formas quero apenas desejar a quem quer que esteja a ler isto um feliz Natal cheio daquelas coisas fantásticas que as pessoas escrevem sempre nestes textos.

Joguei no Placard...

placard dezembro 23, 2015
... e ganhei.

Confesso que me sentia um bocado excluída da sociedade por nunca ter jogador no Placard. Finalmente tirei uns minutos da minha vida para entender o jogo e ganhei 2,5€. E não, o Placard não é complicado. E para quem nunca jogou: tratem disso porque ganhar é relativamente fácil. Claro que apostando pouco é impossível enriquecer, mas todos os cêntimos são bem vindos.


O Placard está dividido entre apostas simples e combinadas. Nas simples apostam determinado valor por cada jogo (se apostarem 2€ em três jogos terão de pagar 6€) e ganham por cada jogo (esses 2€ são multiplicados pelo valor da odd do clube em que apostaram). Nas combinadas apostam obrigatoriamente em mais que um jogo (podem apostar 1€ em oito jogos) mas só ganham se todos os jogos terminaram com o resultado que previram. É tão simples quanto isto.

Para vos dar o exemplo, eu apostei 1€ em três jogos e todos acabaram exactamente como eu previ (e não é preciso ser genial, porque era óbvio). Conclusão: vão jogar no Placard. No máximo perdem, mas a probabilidade de ganharem é bastante maior que no Euromilhões ou nas raspadinhas.

Letras com nota artística #6: "Last Christmas"

letras dezembro 19, 2015



Já há muito tempo que não me dedico à análise de letras de músicas. Mais por falta de paciência do que outra coisa. Tenho algumas em lista de espera, mas a parvoíce que vão demorar cinco minutos a ler, demora mais que isso a escrever. Sim, ser-se parva dá um trabalhão que não imaginam. Mas vamos então atentar na letra de uma das minhas canções de Natal preferidas: Last Christmas dos Wham!

"Last Christmas
I gave you my heart
But the very next day you gave it away.
This year
To save me from tears
I'll give it to someone special.
Last Christmas
I gave you my heart
But the very next day you gave it away.
This year
To save me from tears
I'll give it to someone special.

Once bitten and twice shy
I keep my distance
But you still catch my eye.
Tell me, baby,
Do you recognize me?
Well,
It's been a year,
It doesn't surprise me
(Merry Christmas)
I wrapped it up and sent it
With a note saying, "I love you,"
I meant it
Now I know what a fool I've been.
But if you kissed me now
I know you'd fool me again.

Last Christmas
I gave you my heart
But the very next day you gave it away.
This year
To save me from tears
I'll give it to someone special.
Last Christmas
I gave you my heart
But the very next day you gave it away.
This year
To save me from tears
I'll give it to someone special.

A crowded room,
Friends with tired eyes.
I'm hiding from you
And your soul of ice.
My god I thought you were someone to rely on.
Me? I guess I was a shoulder to cry on.
A face on a lover with a fire in his heart.
A man under cover but you tore me apart, ooh-hoo.
Now I've found a real love, you'll never fool me again.

Last Christmas
I gave you my heart
But the very next day you gave it away.
This year
To save me from tears
I'll give it to someone special.
Last Christmas
I gave you my heart
But the very next day you gave it away.
This year
To save me from tears
I'll give it to someone special.

A face on a lover with a fire in his heart (I gave you my heart)
A man under cover but you tore him apart
Maybe next year I'll give it to someone
I'll give it to someone special.
Special...
Someone..."

 A meu ver, há três maneiras de interpretar esta música e, por isso mesmo, vou focar-me apenas no refrão da mesma caso contrário era Natal e eu ainda estava a esmiuçar isto.

1. A óbvia. É a maneira como toda a gente interpreta a música: um desgosto amoroso. Logo nesta interpretação menos trabalhada vemos a estupidez que é esta letra. Portanto falamos de um indivíduo cujo amor foi rejeitado pela pessoa a quem "ofereceu" o seu coração. Até aqui tudo bem. Mas há uma solução para que o coração "oferecido" não fosse devolvido no dia seguinte: não enviar o talão de devolução/troca. O problema é quando o indivíduo diz que este ano vai "oferecer" o seu coração a alguém especial. Daqui deduzimos uma de duas coisas:

Que o indivíduo no Natal passado "ofereceu" o seu coração a alguém que não era especial e portanto é estúpido;

Que o indivíduo achava que estava a "oferecer" o seu coração a alguém especial no ano passado que depois provou que não o era e portanto é estúpido por achar que este ano consegue perceber exactamente quem é e quem não é especial.

2. A literal. É a que me vem de imediato à cabeça cada vez que oiço esta música. Se o indivíduo ofereceu o seu coração no ano passado, como é que o vai oferecer novamente este ano? Não é suposto uma pessoa falecer sem coração? Além disso, quem é que quer receber um órgão no Natal? Antes uma meias.

3. A verdadeira. Esta música fala de tráfico de órgãos (ou numa versão mais soft de transplantes), senão vejamos: um indivíduo precisa de um coração novo para viver e eis que o indivíduo da canção lhe oferece o dele (claro que primeiro tem de falecer). Transplantes de coração devem ser complicados e, portanto, no dia seguinte, o indivíduo que recebeu o coração rejeitou-o. Assim sendo, esse mesmo coração fica numa qualquer câmara frigorífica para que no ano seguinte possa ser doado a outra pessoa. Parece-me óbvio.