Sobre as rendas em Lisboa

abril 24, 2018
Tem-se falado muito nos últimos dias sobre a questão das rendas absurdas em Lisboa. Os canais de televisão noticiam isto como se fosse uma novidade, no facebook há cada vez mais indignados com o assunto e eu, que gosto de estar sempre em cima do assunto do momento, venho mostrar-vos o lado positivo disto.

Ninguém consegue arrendar uma casa em Lisboa com os míseros ordenados que temos e, portanto, a opção mais viável é viver na rua. É uma opção com imensos benefícios para estudantes e trabalhadores, senão vejamos: viver na rua permite escolher a zona em que se quer viver. Afinal, dormir num banco da avenida da liberdade é bem mais glamoroso do que habitar numa casa partilhada com mais 8 pessoas em Chelas.

Escolher um quarto implica muitas vezes pagar um mês de renda e outra de caução a priori, o que faz com que sejamos obrigados a permanecer naquele local durante pelo menos dois meses mesmo que odiemos os colegas de casa. Este não é um problema que se põe se estivermos a dormir num banco de jardim uma vez que todos os dias podemos mudar de localização. Este nomadismo dos dias modernos permite ainda que vivamos perto do local de trabalho ou da faculdade. Quem nunca sonhou acordar às 8h45 para ir trabalhar às 9h00?

O drama de "não posso ficar até muito tarde porque depois não tenho transportes" também acaba, tal como o problema das casas demasiado pequenas para fazer jantares de grupo. Já estou a imaginar  um jantar de aniversário com os meus amigos no terreiro do paço (na verdade qualquer casa minúscula teria espaço suficiente para todos os meus amigos).

E, como se isto não fossem já razões mais que suficientes para provar que isto das rendas altas não tem nada de negativo, ainda há o factor verão. Sim, é que dormir ao ar livre no verão é bem melhor que dormir em casa.

Questões que assolam a humanidade #25

questões que assolam a humanidade abril 18, 2018
Como é que se distinguiam os inimigos numa batalha se ambos usavam uniformes da mesma cor?


Como e costume, trago-vos uma questão pertinente que não vi abordada na internet e me parece relevante para a vida em sociedade. Pensemos então sobre isto: a maioria dos uniformes militares que vemos em filmes e séries são vermelhos ou azuis (e só estou a dar-lhes credibilidade para ter algum tipo de fundamento para este texto). Primeiro que tudo temos de saudar todos aqueles que combateram guerras nos séculos passados porque, além de estarem a arriscar as suas vidas, ainda o faziam em roupas que parecem extremamente desconfortáveis. Se eu mandasse, combatiam-se guerras de pijama.

Mas foquemo-nos naquilo que é realmente relevante: se ambos os exércitos usassem vermelho como é que não acabavam a matar os seus aliados ao invés dos inimigos? Das duas uma: ou se conheciam todos uns aos outros, ou faziam como no futebol e usavam um uniforme suplente. Sendo que ambas me parecem bastante improváveis, creio que só me resta ter fé em vocês e esperar que alguém me envie a resposta a esta questão (não era a primeira vez). Até lá vou apenas supor que se matavam todos uns aos outros.

Coisas que só acontecem nos desenhos animados

abril 10, 2018
Depois de tanta gente ter visto o texto que escrevi sobre as coisas que só acontecem nos filmes (ou de eu ter carregado demasiadas vezes no F5), trago-vos um spin off com situações estupidamente parvas que se passam nos desenhos animados.

1. Usar toalha mesmo que nunca se use roupa


Quem nunca viu um episódio em que o Bugs Bunny acaba de tomar banho e tem uma toalha enrolada à cintura? Poderíamos argumentar que é para se secar mas, sendo assim, só metade do corpo fica seco.

2. As pessoas gostam demasiado de limonada

Quando era criança decidi fazer limonada uma vez para ver se sabia assim tão bem ao ponto de compensar montar uma banca na estrada e vender aquilo no verão. Não sei se errei na quantidade de sumo ou de açúcar, mas a verdade é que desde essa altura que não bebo limonada e, como devem calcular, nunca ganhei um tostão a vendê-la.

3. Toda a gente fala português

Sim, eu sei que tem de ser mesmo assim, mas e quando há uma personagem inglesa que fala português com o sotaque mais ridículo da história? Ninguém fala com aquele sotaque. Um inglês a falar português não é assim tão compreensível. Eu sei porque uma vez estive 10 minutos para perceber que um queria ir para Belém e Belém não é uma palavra assim tão complicada.

4. As promoções "leve 20, pague 1"


Quem nunca ficou deprimido/a quando as suas calças preferidas deixaram de ser usáveis? Eu fico constantemente porque sei o quão difícil vai ser encontrar substitutas à altura. Os desenhos animados são dotados de uma inteligência fora do normal e sabem que o melhor que há a fazer é comprar logo a roupa toda igual. Aproveitam e também facilitam o processo de escolha dos outfits.

5. Os disfarces são mínimos mas extremamente eficazes

Sempre que vejo (sim, o verbo está no presente) daqueles desenhos animados tipo Navegantes da Lua (ou cópias reles) fico estupefacta com o facto de ninguém as reconhecer só porque mudaram de roupa. Havia poucas coisas que me tiravam mais do sério quando era miúda do que isto.