Letras com nota artística #7: "Believe"

janeiro 20, 2016


A parvoíce que vos trago hoje não foi ideia minha. Na verdade foi um pedido (sintam-se à vontade para fazer o mesmo), mas é sempre um prazer analisar as belíssimas letras que encontramos na Eurovisão. Vamos então recuar até 2008 e ouvir o vencedor desse mesmo ano: Dima Bilan com "Believe".



"Even when the thunder and storm begins
I'll be standing strong like a tree in the wind
Nothing's gonna move this mountain
Or change my direction
I'm falling off that sky and I'm all alone
The courage that's inside is gonna break my fall
Nothing's gonna dim my light within
But if I keep going on
It will never be impossible
Not today
'Cause I've got something to believe in
As long as I'm breathing
There is not a limit to what I can dream
'Cause I've got something to believe in
Mission to keep climbing
Nothing else can stop me if I just believe
And I believe in me
Even when the world tries to pull me down
Tell me that I can try to turn me around
I won't let them put my fire out
Without no
But if I keep going on
It will never be impossible
Not today
'Cause I've got something to believe in
As long as I'm breathing
There is not a limit to what I can dream
'Cause I've got something to believe in
Mission to keep climbing
Nothing else can stop me if I just believe
And I believe
I can do it all
Open every door
Turn unthinkable to reality
You'll see I can do it all and more.
Believing
As long as I'm breathing
There is not a limit to what I can dream
'Cause I've got something to believe in
Believing
Mission to keep climbing
Nothing else can stop me if just believe
And I believe me"
 
É possível que isto seja plágio de um dos livros do Gustavo Santos. Acredito que os ensinamentos fundamentais desta canção estão logo no segundo verso: "vou manter-me forte como uma árvore ao vento". Das duas uma: 
  • Ou na Rússia não há dias dignos daquela parte do "The Day After Tomorrow" em que os furações até arrancam prédios;
  • Ou em Portugal as árvores são muito mariquinhas. Vem um rajada a 10 km/h e as árvores já estão todas em cima de casas e de estradas.
 
Felizmente nesse mesmo verso percebemos claramente que a alusão à árvore é uma mera comparação (má, mas é). No verso seguinte o homem afirma-se como sendo uma montanha. Não há cá comparações, é uma afirmação. Mas se ele é uma montanha, porquê comparar-se a uma árvore? E porquê dizer logo de seguida que nada vai alterar a sua direcção? Amigo, se és uma montanha dificilmente tens uma direcção e ainda menos alguém consegue alterá-la.
 
Vamos imaginar que este belo poema é como os Lusíadas onde a continuação de uma frase, se fosse preciso, estava no canto seguinte. Partindo do princípio que o seguimento de "I'm falling off that sky and I'm all alone" é "But if I keep going on" ou que pelo menos as duas estão relacionadas e partindo também do princípio que os ensinamentos do catolicismo estão correctos e o inferno é debaixo da terra, é capaz de ser perigoso ele cair do céu e continuar sem parar.
 
Passemos para o refrão. Atenção: o Dima Biland acredita nele. Óptimo. Sabendo isso vou dormir muito melhor esta noite. Agora há uma coisa que me faz confusão. Não há nada com que ele não consiga sonhar? Nada? Ele que experimente sonhar com uma nova cor. Vá, força nisso!
 
Para terminar, parece-me que há outro ensinamento fundamental nos versos anteriores ao último refrão: o Dima Bilan é uma chave mestra. Não sou eu que estou a inventar. É ele que o diz. Pelo menos é a única explicação lógica que eu encontro para o verso "Open every door". Ora isto assusta-me e, ao mesmo tempo dá-me a esperança de um dia também poder vir a ser uma chave mestra e conseguir abrir a porta de minha casa sempre que me esquecesse da chave. A partir de hoje o meu objectivo de vida é ser simultaneamente uma montanha e uma chave mestra. Como é que eu vou conseguir isso? Epa, é acreditar em mim! 

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