Séries de 2017: o melhor, o pior e o resto

dezembro 30, 2017

Ninguém me pediu nada, mas como eu gosto de antever certas questões (e, neste caso, também respostas) faço já um apanhado das séries deste ano que passou. Dividi isto em categorias para ser menos desinteressante (não sei se posso considerar essa missão cumprida mas pelo menos tentei).


Séries "sim senhor"

The Handmaid's Tale

Vencedora do emmy de melhor série (e, se houver justiça, do globo de ouro), apresento-vos a melhor série do ano. Já falei dela e portanto há poucas coisas a acrescentar. Quem não viu, faça o favor.

Mr Robot

Há poucas séries que conseguem manter a qualidade anos após ano e esta é uma delas. Para mim, a melhor série da actualidade e certamente uma das mais bem escritas de sempre com interpretações fenomenais. A principal diferença entre esta e as outras duas temporadas talvez seja a falta de mistério uma vez que na 3.ª temporada tudo nos é explicado ao contrário do que aconteceu nas outras duas. Se isto é bom ou mau ainda não decidi.

This Is Us

Há uma razão para as séries produzidas por canais de televisão perderem audiências para aquelas produzidas por empresas como a netflix: a péssima qualidade. This Is Us traz-nos algo completamente diferente. É um regresso ao básico; uma história, à partida, sem grandes pontos de interesse mas que, por ser tão bem escrita, se torna numa das candidatas a tudo quanto é prémio.

Berlin Station

Já no ano passado falei nela e, apesar de os primeiros episódios da segunda temporada não me terem convencido totalmente, acabou por vir aqui parar novamente. A história é diferente daquela que nos é apresentada na primeira temporada mas acaba por não ficar nada atrás.

Fortitude

Para mim esta foi a grande surpresa do ano. Tinha visto a 1.ª temporada há pouco tempo na RTP2 por acaso e quando vi que tinha saído a 2.ª decidi dar continuidade à coisa. Excelente decisão. Há uma cena do episódio 9 (se a memória não me falha) que ainda não me saiu da cabeça de tão perturbadora que foi.

Séries "mais valia ter acabado no ano passado (ou há 5 anos)"

Designated Survivor

É um facto que eu disse maravilhas sobre esta série no ano passado. Tinha tudo o que eu precisava: mistério, acção e um enredo interessante sem ser demasiado complexo ao ponto de ninguém perceber nada. A 1.ª temporada acabou como devia acabar e a segunda decorre como não devia decorrer. A série deixou de ter uma narrativa corrente para passar a uma espécie de policial em que cada episódio corresponde uma coisa diferente. Obrigada pela destruição.

The Big Bang Theory

TBBT perdeu a piada há anos. Como é que continua a ser renovada? Não sei, mas eu continuo a ver sabendo que me vou rir com umas duas piadas por temporada.

The Affair

The Affair nunca foi uma série fantástica e as personagens sempre me irritaram mas o mistério estava lá. Agora só está a irritação que é cada vez maior.

American Horror Story

A cada temporada de AHS eu renovo a esperança de que esta seja aquela que vai estar ao nível da segunda. Nunca acontece. Palhaços que matam, pessoas malucas, eleições norte-americanas... Foi tudo em excesso e o episódio do Zodiac foi o cúmulo do ridículo a que a série chegou.

Séries "muita parra e pouca uva"

13 Reasons Why

Isto é capaz de ser a série mais sobrevalorizada dos últimos tempo. Uma miúda que se suicida e deixa cassetes aos amigos a dizer-lhes as razões pelas quais ela o fez. Estamos episódios sem fim à espera da grande razão enquanto vemos coisas pelas quais já toda a gente passou. É demais. 

Big Little Lies

Sou provavelmente a única pessoa a achar isto mas Big Little Lies ficou bem aquém do que me haviam prometido. A determinada altura eu já sabia que o marido da Nicole Kidman tinha violado a outra e adivinhar que tinha sido ele a morrer também não foi difícil. Não vi o mistério nem o drama fantástico. 

Mindhunter

Quando vi o falatório criado à volta desta série decidi ir investigar. A história do início da análise de comportamento no FBI atraiu-me logo. Quando vi que tinha o dedo do David Fincher meti logo a sacar. Afinal ele dirigiu o Zodiac, que é dos meus filmes preferidos, o Se7en e o Gone Girl. Toda a gente dizia que a série ficava melhor e mais misteriosa com o passar dos episódios. Vi tudo e ainda estou à espera disso. Não é que seja má, mas não correspondeu às expectativas.

Séries "só vi mesmo o pilot e ia falecendo de tédio"

Todos os anos eu selecciono um conjunto de pilots para ver. Geralmente são aqueles cujas histórias me parecem ter potencial ou os que incluem actores que eu conheço. Comecemos por Young Sheldon, o spin off the The Big Bang Theory. Isto tinha tudo para correr muito mal e correu mesmo. Vi dois episódios e, apesar de o miúdo que faz de Sheldon ser incrível, não me ri uma única vez. 

Passemos a The Deuce que parece ser uma daquelas séries demasiado boas para mim. O elenco, liderado pelo James Franco e pela Maggie Gyllenhaal, é muito bom. Aliás, foi isso que me fez dar uma oportunidade à série. Mas 1 hora e meia de primeiro episódio deu cabo de mim e fez com que desistisse logo daquilo. Talvez ainda lhe dê uma oportunidade quando tiver menos episódios em atraso.

A seguir tenho para vós três séries bastante desinteressantes e praticamente iguais. Comecemos com SWAT que, surpresa, nos conta a história de um grupo de pessoas que trabalha nisto mesmo. Depois temos The Brave que é pessoal do exército e que me fez adormecer ainda o episódio não ia a meio. Por fim temos Valor que fala de mais pessoal do exército mas mete ali um bocadinho de mistério. Imaginação precisa-se. 

Saindo do mundo das séries norte-americanas, apresento-vos Rellik, uma série da BBC. Rellik é killer escrito ao contrário e a premissa para o enredo é exactamente essa: a história de uma assassino contada ao contrário. É possível que ter visto isto sem legendas (com preguiça de procurar umas boas) tenha contribuído para a desistência precoce, mas a verdade é que eu prefiro que me contem histórias pela ordem correcta.

Por último tenho as piadas da temporada. Ghosted é uma espécie de Supernatural mas ainda pior. Não cheguei a perceber se era a gozar ou se era mesmo a sério. São dois homens que de repente vão caçar fantasmas (pelo menos os 10 minutos que vi davam a entender isto mesmo). E, por fim, Lore que é definida como "com formato de antologia, a produção é baseada num podcast que relata histórias paranormais supostamente reais, que deram origem aos mitos e lendas dos dias atuais". Isto tinha tudo para dar certo, mas há demasiados desenhos animados no meio. 

Relacionados

0 comentários