Porque é que eu nunca serei famosa
novembro 03, 2017
Há imensas pessoas que têm como objetivo de vida tornarem-se famosas. A fazer o quê? Pouco importa, nem elas pensaram nisso, o que interessa é serem seguidas por milhares nas redes sociais, serem abordados na rua pelos fãs e terem dinheiro. Eu nunca tive esse sonho, até porque a ideia de estar no supermercado e alguém vir falar comigo não é nada agradável. Além disto há mais três coisas que me impedem de ter este sonho.
A primeira é óbvia mas também a menos relevante: eu não tenho nenhum talento ou, pelo menos, nenhum digno de mostrar ao mundo. Gosto de cantar mas sou bastante limitada e nunca cantaria aquilo que se ouve nas rádios hoje em dia. Gosto de escrever mas nunca escrevia um livro por falta de paciência e, acima de tudo, porque não tenho uma boa história para contar (e porque metade do teclado do meu computador não funciona *Fnac, worten, um patrocínio vinha a calhar*). Isto é um impedimento? Claro que não. O que não falta por aí são cantores que não sabem cantar, escritores que não sabem escrever ou atores que não sabem representar. O que essas pessoas têm que eu não tenho é sorte (ou Carreira como apelido).
Ser famoso hoje em dia implica um conjunto de coisas nas quais eu não me revejo nomeadamente a fotografia. Não é que não goste de fotografias, se calhar se tivesse um telemóvel bom até tirava algumas, o que eu não tenho é paciência para me tirarem fotografias. A ideia de estar na rua, ou a jantar com amigos, ou às compras no supermercado e alguém me vir pedir para tirar um foto é assustadora. O mais provável era levarem com o meu mau feitio e eu ficar a fazer uma careta qualquer na foto. A sério, não façam isso. Eu sei que fotos com famosos geram muitos likes mas perguntem-se antes de incomodarem a pessoa se a admiram assim tanto. Ainda dentro do tema estão também as redes sociais. As revistas cor de rosa hão-de morrer porque 95% dos famosos partilham tudo o que fazem no facebook ou no instagram. Nos outros 5% incluem-se todos aqueles que eu realmente admiro e que só se dignam a abrir as redes sociais para partilhar coisas relacionadas com o trabalho como se eu não fosse curiosa e quisesse saber tudo sobre a vida deles.
Por último, mas não menos importante: a assinatura. Eu não sou pessoa de pedir autógrafos mas de todas as assinaturas de gente famosa que já vi há uma coisa em comum: não se percebe nada. Eu sei que o autógrafo do Ricardo Araújo Pereira é dele porque está no livro da "Mixórdia" (e porque nunca pedi mais nenhum a ninguém) caso contrário, se visse um papel com aqueles rabiscos, achava que era uma receita médica. Ora, por muito má que a minha letra seja, eu não consigo assinar assim. A minha assinatura é (espantem-se) o meu nome e na maioria das vezes nem sequer é escrito da mesma forma porque eu vario a maneira como escrevo as letras.
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